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Tratamentos alternativos para câncer podem aumentar risco de morte

Quem usa métodos não convencionais para tratar tumores tem um risco duas vezes maior de falecer, segundo estudo – mas não por causa da técnica em si

Por Maria Tereza Santos
Atualizado em 24 abr 2019, 17h50 - Publicado em 27 jul 2018, 13h24

Um trabalho da Universidade Yale, nos Estados Unidos, deixa claro por que é tão importante encarar os tratamentos não convencionais contra o câncer como um método complementar, e nunca alternativo. Calma que você já vai entender.

Os cientistas analisaram informações de 1 290 pacientes diagnosticados com cânceres curáveis de mama, próstata, pulmão ou de intestino entre 2004 e 2013. Ou seja, esses tumores foram detectados antes de se espalharem para outros cantos do corpo, o que tornaria a situação mais grave.

Todo esse pessoal se submeteu à quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia e/ou cirurgia. Mas 258 também recorreram às mais variadas táticas não convencionais. Esses dados, diga-se de passagem, vieram do National Cancer Database (Banco de Dados Nacional do Câncer, em inglês), que engloba, aproximadamente, 70% dos novos casos de tumores nos Estados Unidos.

Ao comparar os 1 032 indivíduos que ficaram apenas nas técnicas consagradas de combate ao câncer com os que buscaram terapias fora da medicina tradicional, surgiu um dado assustador. O risco de morte dessa segunda turma era duas vezes maior – lembre-se de que estamos falando de tumores que não estão em estágio avançado.

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Ao se aprofundar nas informações, os cientistas perceberam que os usuários de métodos não convencionais tinham uma probabilidade bem maior de recusar ao menos uma parte do tratamento convencional. Exemplo: eles poderiam topar a cirurgia, porém negar a químio. E muitas vezes os profissionais de saúde aliam vários remédios e procedimentos para vencer o câncer.

Em números, 7% dos pacientes que escolheram práticas fora da medicina moderna disseram não para a cirurgia (contra 0,1% da outra turma), 34,1% rejeitaram algum quimioterápico (contra 3,2%), 53% repeliram a radioterapia (contra 2,3%) e 33,7% renunciaram à hormonioterapia (contra 2,8%).

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O bacana é que, quando os cientistas focaram apenas nos enfermos que empregaram métodos complementares, mas seguiram à risca o tratamento tradicional, notaram que, entre eles, não havia um maior risco de morte. Em outras palavras, as técnicas menos convencionais não ajudaram a prolongar a vida, porém também não atrapalharam por si só.

“Embora possam ser usados para apoiar pacientes, parece que as terapias complementares estão sendo comercializadas ou entendidas como métodos eficazes contra o câncer”, afirma Skyler Johnson, radioterapeuta e líder do estudo. Elas eventualmente podem dar conforto ou ajudar com determinados sintomas, porém não são, de maneira alguma, uma alternativa eficaz ao tratamento curativo – e sim um complemento.

Além disso, é importante entender que até os métodos aparentemente mais inofensivos (como chás ou acupuntura) provocam efeitos colaterais em certas situações. Por isso, deve-se ter uma conversa aberta com o médico sobre eles. “As informações precisam ser melhor compreendidas para que as pessoas não sejam enganadas”, conclui o epidemiologista e coautor da pesquisa, Cary Gross.

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