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Rinite: tem que lavar o nariz

Lançar mão de soluções salinas é regra básica para controlar a condição alérgica. Mas não adianta fazer isso só durante as crises

Por Débora Fiorini (colaboradora)
Atualizado em 7 jun 2021, 10h24 - Publicado em 9 nov 2015, 10h20

Para quem convive com espirros, coriza e sensação de nariz entupido, dar um banho nas fossas nasais é tão importante quanto escovar os dentes. Achou exagerado? Não é, não. Adotar soluções salinas para higienizar o nariz faz toda a diferença no contra-ataque à rinite alérgica, inflamação da mucosa nasal desencadeada por elementos como ácaro e que chegar a abalar a produtividade no dia a dia.

Segundo João Ferreira de Mello Júnior, professor de otorrinolaringologia da Universidade de São Paulo, é comum que a congestão nasal e outros sintomas atrapalhem até o sono. “Aí, sem dormir direito, a pessoa não consegue se concentrar na escola ou no trabalho”, observa.

O antídoto contra essas chateações é simples, mas exige compromisso na agenda: a lavagem diária. Uma revisão de trabalhos científicos realizada por médicos do Hospital Municipal de Karlsruhe e da Universidade de Colônia, na Alemanha, constatou que a limpeza da cavidade nasal minimiza as manifestações da rinite, aumenta a qualidade de vida e permite diminuir em cerca de 60% a necessidade de remédios mais fortes.

“Ela melhora os mecanismo de defesa do nariz, hidrata a mucosa e torna mais fluida a secreção produzida em excesso em resposta aos agentes alérgenos”, explica Talita Poli Biason, gerente médica da unidade de medicamentos isentos de prescrição do Laboratório Aché. Só que, para colher todos esses benefícios, o recomendado é recorrer ao procedimento pelo menos duas vezes ao dias – e todo santo dia. Isso mesmo quando o nariz está numa boa.

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Afinal, a lavagem é um método preventivo. Ainda assim, se a crise se instalar, a tática pode ser aplicada à vontade, porque otimiza a recuperação e não apresenta riscos à saúde.

A solução salina de que tanto falamos tem como ingrediente o cloreto de sódio a 0,9%. É a base do soro fisiológico e de produtos específicos para o nariz, sendo que alguns deles contam com a adição de um conservante. Essa porcentagem na fórmula indica que a solução é isotônica, ou seja, não há possibilidade de ela desidratar a mucosa nasal.

Os produtos são facilmente encontrados em farmácias, mas vale ter em mente que certos indivíduos podem ser sensíveis ao conservante no líquido.

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Também é preciso ficar atento para não confundir soluções salinas com medicamentosas, que possuem corticoides, por exemplo. “Esse tipo de tratamento está mais moderno e hoje oferece pouco risco, mas só deve ser usado com orientações médica”, avisa o otorrino Fabrizio Romano, membro da diretoria da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. Já alguns descongestionantes, à base de substâncias vasoconstritoras, até aliviam a jato, só que podem viciar e não eliminam a rinite.

Agora, pensando em lavagem mesmo, não funcionaria juntar água filtrada e sal por conta própria numa receita caseira? Essa é uma questão que divide opiniões. Poder fazer em casa até pode. Porém, existe o risco de errar a mão na quantidade ou contaminar os ingredientes, o que irritará ainda mais as narinas. “O problema é que as pessoas têm dificuldade para entender medidas, e isso pode comprometer o efeito da solução”, nota Mello.

Outra opção que aparece na farmácia é o irrigador nasal, apetrecho de plástico ou cerâmica cujo formato lembra uma lâmpada de gênio. Essa ferramenta, por assim dizer, envolve um processo mais complexo que a lavagem em si, uma vez que a solução salina chega até os seios da face. “Ela é mais recomendada para quem tem sinusite crônica. Sem indicação médica, pode ser uma técnica agressiva”, explica Talita.

Por falar no especialista, a rinite alérgica pede acompanhamento inclusive para identificar o gatilho das crises e traçar o melhor plano terapêutico. Saiba, no entanto, que o paciente sairá do consultório com uma tarefa diária a cumprir: lavar o nariz.

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