Assine VEJA SAÚDE por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Quando a tireoide abala os ossos

Se a glândula trabalha além da conta, pode fragilizar o esqueleto. E olha que ela nem precisa estar tão acelerada para começar a provocar estragos

Por Redação Saúde é Vital
Atualizado em 8 abr 2019, 18h04 - Publicado em 11 set 2015, 09h39

É curioso como uma pequena estrutura localizada no pescoço chega a fazer nosso vigoroso arcabouço tremer nas bases. Pois essa é a sólida verdade: basta a tireoide começar a liberar constantemente doses elevadas de dois hormônios, o T3 e o T4. “O hipertireoidismo, capaz de desencadear nervosismo, insônia, palpitações e emagrecimento excessivo, já vem sendo associado a um maior risco de osteoporose e fraturas”, explica o endocrinologista José Augusto Sgarbi, professor da Faculdade de Medicina de Marília, no interior de São Paulo, e membro do Thyroid Studies Collaboration, um grupo de investigadores espalhados pelo mundo que se dedica à glândula. Só que mais impressionante ainda é a descoberta recente dos companheiros de Sgarbi nesse consórcio internacional.

Com base nos dados de 70 298 pessoas, os cientistas revelaram que o chamado hipertireoidismo subclínico – uma forma mais branda da disfunção clássica que às vezes nem acarreta sintomas claros – também está atrelado a um maior risco de ter os ossos trincados. Para ser exato, esse distúrbio, que atinge cerca de 2% da população ocidental, aumenta em 28% o risco de uma fratura dar as caras.

Uma das hipóteses para esclarecer o elo recai sobre a ação direta dos hormônios tireoidianos na ossatura. Isso parece até contraditório, já que, por definição, o hipertireoidismo subclínico apresenta taxas de T3 e T4 dentro dos parâmetros considerados adequados pelos laboratórios. Mas vamos com calma, pois ainda há outro hormônio na história: o TSH.

Continua após a publicidade

Primeiro convém esclarecer melhor o funcionamento da tireoide. Em resumo, ela acelera ou freia várias atividades do organismo, produzindo mais ou menos T3 e T4. E tal sistema é regido pela hipófise. Essa estrutura, sediada na base do cérebro, quando quer estimular a glândula, fabrica em maior escala o hormônio TSH. Já nos momentos em que precisa segurar o ritmo da parceira, suspende a linha de montagem da substância. Mas, em alguns azarados, alterações na tireoide fazem catapultar a manufatura de T3 e T4 independentemente dessa interação.  Aí, a hipófise tenta, sem sucesso, regular o quadro baixando a liberação de TSH”, relaciona Marise.

Acontece que, mais recentemente, o efeito dessa carência em quadris, vértebras, fêmur e afins começou a ser investigado. “O hormônio parece ter uma ação direta nas células responsáveis pela reabsorção de osso”, relata a endocrinologista Tania Furlaneto, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Logo, é possível que concentrações diminutas dessa partícula, encontradas inclusive no hipertireoidismo subclínico, também fomentem a osteoporose, abrindo as portas para a ossatura rachar com facilidade. “No entanto, o impacto dessas baixas doses ainda não está claro”, pondera Tania.

Mas como identificar um mal que não manifesta sinais claros nem taxas de T3 e T4 fora dos padrões? “É por isso que a dosagem do TSH é o teste mais importante e confiável para fazer o diagnóstico”, diz Sgarbi. O mesmo, aliás, vale para o hiper e o hipotireoidismo clássico. Mulheres acima dos 35 anos, prestes a engravidar ou no início da gestação, homens com mais de 60 e indivíduos com histórico familiar de encrencas na glândula estão entre as pessoas que precisam do exame — converse com seu médico. No fim das contas, ficar atento aos sinais e manter um contato próximo com um especialista é mesmo uma das melhores formas de se proteger das disfunções na glândula… e, assim, garantir firmeza aos ossos.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.