Assine VEJA SAÚDE por R$2,00/semana
Continua após publicidade

O que é raquitismo e como tratar?

Essa doença rara aparece ainda na infância e enfraquece os ossos. Conheça suas causas, sintomas e tratamentos (há inclusive uma novidade na área)

Por Maria Tereza Santos
Atualizado em 14 set 2020, 10h17 - Publicado em 22 abr 2019, 15h53

Os primeiros anos de vida são cruciais para o desenvolvimento do corpo: qualquer transtorno pode deixar marcas duradouras. E uma condição que exemplifica isso é o raquitismo.

Estamos falando de uma doença rara que atinge especialmente crianças. Causado por deficiência nutricional de vitamina D, cálcio ou fósforo e por fatores genéticos, o raquitismo atinge os ossos, deixando-os fracos e predispostos a envergarem.

“Isso ocorre porque são aqueles elementos que deixam o tecido rígido”, justifica a endocrinologista Marise Lazaretti Castro, diretora da clínica Croce, em São Paulo.

A especialista conta que os sintomas surgem quando os pequenos começam a andar. “As perninhas entortam para dentro ou para fora. Surge fraqueza muscular e amolecimento da caixa craniana e torácica”, relata.

Esse abalo nas estruturas não raro prejudica o crescimento e culmina em diversas cirurgias de correção do esqueleto. As complicações variam bastante de caso a caso.

Quando a razão por trás do transtorno é uma carência nutricional, existe cura – e ela é simples. Basta suplementar os nutrientes que estão em falta por um tempo e ajustar a dieta. Esse tipo do raquitismo é mais frequente em países muito pobres, onde a fome atinge proporções epidêmicas.

Continua após a publicidade

“Agora, para as versões genéticas não há cura”, aponta Marise. Nessas situações, o uso de suplementos é mandatório durante toda a vida.

No Brasil, a modalidade mais comum do problema é de origem genética. Trata-se do raquitismo hipofosfatêmico, que atinge um a cada 20 mil nascidos vivos por aqui.

“Seus portadores têm uma mutação genética que leva à perda de fósforo no rim. Dessa forma, a criança não consegue retê-lo”, explica a endocrinologista. A alteração está ligada ao excesso de uma substância, o chamado FGF-23, que estimula a liberação do mineral pela urina.

Independentemente do tipo, são necessários testes laboratoriais para fechar o diagnóstico. Exames de sangue e de urina, por exemplo, constatam a quantidade de cálcio, fósforo e vitamina D presentes no organismo e verificam se o rim está funcionando corretamente.

Continua após a publicidade

Um raio-x também é útil para identificar lesões nos ossos, principalmente dos punhos e joelhos. Porém, alguns sinais ajudam a levantar suspeitas. “Atraso de crescimento, fraqueza muscular e deformidades ósseas na infância são exemplos”, informa Marise.

Novo remédio é aprovado pela Anvisa

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou recentemente a burosumabe, primeira droga voltada para a causa do raquitismo hipofosfatêmico no Brasil. Ele já havia sido liberado em 2018 nos Estados Unidos.

Em vez de repor o fósforo, o burosumabe captura o FGF-23 e o neutraliza. Aí esse mineral não é mais “sequestrado” e volta a circular em níveis normais. Resultado: a criança provavelmente crescerá sem deformidades.

“É uma notícia muito boa por tratar de forma mais específica o raquitismo e por ser indicado para todas as faixas etárias”, conclui a especialista.

Injetável, o fármaco precisa ser administrado a cada duas semanas, via de regra. E que fique claro: ele não cura o raquitismo. Se o paciente abandonar o tratamento, a molécula FGF-23 volta a reduzir a concentração de fósforo no organismo.

Continua após a publicidade
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.