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O guia dos óculos perfeitos

Para dar clareza à hora da escolha, SAÚDE reúne os principais fatores que você deve levar em conta - eles interferem diretamente na sua visão

Por Theo Ruprecht
Atualizado em 10 abr 2023, 17h10 - Publicado em 5 nov 2016, 11h00

Quando se fala de óculos, devemos começar pela visita ao oftalmologista em si. “Muitas vezes, o paciente acha que deve sair da consulta somente com a definição do grau”, conta o médico Paulo Schor, chefe do Departamento de Oftalmologia e Ciências Visuais da Universidade Federal de São Paulo. Ledo engano. Em primeiro lugar, não é porque os exames acusam alguma alteração que o sujeito precisa de óculos.

“A princípio, não os receitaria a uma criança de 5 anos com 3 graus de hipermetropia sem queixas e que vive no campo”, exemplifica Schor. Isso porque o quadro tende a se normalizar com a idade e, em um ambiente rural, a demanda por uma visão aguçada para perto é menor.

Caso os óculos sejam prescritos, discuta com o oftalmo sobre a lente, a armação e por aí vai. Chegar na ótica sem uma boa noção do que você necessita aumenta o risco de insatisfação e desperdício de dinheiro. E tem mais uma regrinha, destacada por Ricardo Bretas, presidente do Conselho Brasileiro de Ópticos e Optometristas: “Se o estabelecimento não contar com um técnico ótico no momento, vá embora”.

Agora, vamos entender os principais problemas que exigem o uso de óculos ou lentes:

Óculos

A LENTE

Material

O mais importante aqui é o índice de refração: ele quantifica o poder da matéria-prima da lente de mudar a direção dos raios de luz e, assim, acertar o foco. Quanto maior a taxa, menor a espessura necessária para dar nitidez à visão e, em geral, maior o preço.

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Uma lente de alto índice é mais fina que outra de baixo índice receitada para o mesmo grau. Isso reduz o efeito fundo de garrafa e distorções que surgem ao ver um objeto pelas bordas dos óculos. Ocorre que essas vantagens são quase imperceptíveis em graus mínimos, porém ainda assim custosas. Também considere a resistência do material: o policarbonato é o que mais aguenta pancadas.

Esfericidade

Não se assuste pelo termo técnico. Nesse quesito, há duas possibilidades a avaliar e elas independem do material: ter uma lente esférica ou uma asférica. Qual a diferença? Olhando os óculos de lado, a primeira opção é um pouco mais arredondada.

Principalmente em sujeitos com hipermetropia de grau alto, essa curvatura distorce a imagem na periferia da lente – e, quanto maior o aro, maior a aberração. Já os modelos asféricos são mais planos (e finos), o que atenua todos esses pontos. No entanto, seu custo é considerável e, ignorando a estética, os benefícios entre míopes é questionável.

oculos3

Tratamentos

Aqui as opções vão de proteção contra radiação ultravioleta a revestimentos que facilitam a limpeza. “Mas nenhuma é imprescindível para todos. Discuta com o médico o custo/benefício delas para você”, sugere o oftalmologista Ronaldo Boaventura Barcellos, membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia.

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Por exemplo: quanto maior o grau, maior o reflexo na lente. Nesse contexto, as camadas antirreflexo dão conforto e chegam a melhorar a qualidade da imagem. “Só fique de olho na garantia”, avisa Makoto Ikegame, fundador da Lenscope, uma empresa que vende lentes online. Se for de uns poucos meses, suspeite! As lentes podem craquelar com o tempo – e não tem como reverter isso.

Leia também: Teste para detectar a miopia

ARMAÇÃO

Tamanho

Não é apenas uma questão de combinar o acessório com traços do rosto. Pra começo de conversa, um aro largo vem acompanhado de uma lente grande – aí, se ela é esférica ou se o índice de refração é baixo, aparecem deformações visuais e o efeito fundo de garrafa se intensifica.

Por outro lado, um molde diminuto interfere na adaptação a óculos multifocais. “Em lentes pequenas com essa característica, a mudança no foco ao direcionar o olhar para cima ou para baixo é brusca”, diz Barcellos. E esses são alguns exemplos.

“A armação também deve se encaixar com a anatomia da face para que os óculos fiquem alinhados com os olhos”, lembra Bretas. Outra coisa: você pode, sim, trocar as lentes e manter a armação. Os vendedores talvez tentem convencê-lo do contrário, mas, se o oftalmo autorizar, dá pra economizar alguns reais assim.

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Tipo de aro

Atenção fãs do músico John Lennon (1940-1980) e de seus óculos redondinhos: aros circulares geralmente não são a melhor opção para quem possui astigmatismo. “A lente pode rodar e sair do ângulo perfeito, o que borra a imagem”, revela Schor.

Agora, se você é mais um admirador do inventor Steve Jobs (1955-2011) e seus óculos sem aro, vale a pena pensar em durabilidade. É que, nesse caso, as lentes são parafuseadas para se fixarem nas hastes – se o material não for resistente, vai rachar na hora ou tempos depois.

Até por isso se recomenda utilizar o policarbonato para essas situações. Uma alternativa segura é investir nos bons e velhos aros fechados. Por cercarem a lente, defendem-na de eventuais pancadas. Fora que eles voltaram à moda nos últimos anos.

Material

De novo, é a longevidade que está em jogo. Se as lentes forem finas, a decisão por metal ou acetato (plástico) vira eminentemente estética. No entanto, as voltadas para indivíduos com alto grau caem melhor com a segunda escolha.

Por quê? Os aros de metal são estreitos e acabam desguarnecendo as laterais de óculos mais robustos. Não que esse material esteja proibido para os quadros severos, porém seu uso talvez exija lentes mais magras (asféricas e com índice de refração elevado). Convém discutir com os profissionais e fazer as contas antes de fechar o negócio.

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Óculos

A cirurgia

Ver-se livre dos óculos ou ao menos diminuir bastante o próprio grau é o sonho de vários dos 60 milhões de brasileiros com astigmatismo, miopia ou hipermetropia. E ele se tornou possível graças ao avanço e à popularização de cirurgias oftalmológicas. “Elas estão consolidadas, e cada vez mais pacientes se beneficiam”, assegura Barcellos.

Só não enxergue esse procedimento como uma solução mágica, porque toda operação tem seus riscos, custos e cuidados. Além disso, elas são recomendadas apenas quando o grau se estabilizou – e isso, muitas vezes, demora a acontecer.

Os óculos de sol

A claridade pode incomodar os olhos, tenham eles uma limitação ou não. É para amenizar esse desconforto que servem as lentes escuras. “A cor, por si só, não protege contra os raios ultravioleta”, adianta a física Liliane Ventura, da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo.

São os filtros, invisíveis, que bloqueiam essa radiação nociva à visão. “Eles se mostram absolutamente necessários aos óculos escuros, porque, quando você os põe, sua íris abre e deixa o globo ocular exposto”, esclarece Liliane. Como o sol tende a degradar essa barreira incolor aos poucos, não dá pra comprar quaisquer óculos. Exija proteção UV e busque os certificados de garantia

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