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Gravidez não planejada: por que os números não param de subir?

Mais da metade dos partos feitos no Brasil não estavam nos planos das mulheres. O mau uso dos métodos contraceptivos é um dos grandes responsáveis por isso

Por Karolina Bergamo
Atualizado em 31 out 2018, 11h07 - Publicado em 20 out 2016, 17h34

A chegada de um bebê naturalmente altera a rotina de toda a família — principalmente a das mães — e sempre é motivo de ansiedade. Agora, imagine quando a gravidez é uma surpresa. Nesse caso, ela vem acompanhada de uma série de impactos negativos, tanto para a grávida quanto para a criança.

Um estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior paulista, concluiu que diminuir as taxas de gestações não planejadas reduz também os índices de mortalidade e de morbidade materno-fetal. Afinal, essas mães têm um risco duas vezes maior de morrer por causa de complicações durante os nove meses, como pré-eclâmpsia e diabete gestacional, e no próprio parto (351 crianças que nascem sem planejamento ficam órfãs).

O bebê, por sua vez, pode nascer abaixo do peso ou prematuro — para ter ideia, 62% têm complicações entre o nascimento e o primeiro ano de vida. Faz sentido: uma parcela significativa dessas gestantes tende a não realizar o pré-natal.

O fato é que mais de 120 milhões de mulheres no mundo desejam evitar a gravidez. Só que nem elas nem os parceiros usam contraceptivos. “É dever do ginecologista desmitificar as informações sobre os métodos disponíveis para que a mulher escolha livremente a melhor opção”, alerta a ginecologista Marta Finotti, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás.

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Os que dependem de disciplina, como a pílula, são os mais propícios a falharem. Uma forma mais garantida de não correr o risco de engravidar seria, então, através do uso dos anticoncepcionais de longa duração.  O implante subcutâneo, que dura três anos, ou o DIU são alguns exemplos.

Essas são alternativas reversíveis e que não dependem da memória das mulheres. “Além disso, são métodos com raras contraindicações e poucos efeitos colaterais. O que existem são vários mitos sobre eles”, argumenta o ginecologista Agnaldo Lopes Silva Filho, da Universidade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Outro agravante é que, apesar de a maioria dessas técnicas estarem disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), não são todas as mulheres que têm acesso. “O DIU, por exemplo, só é distribuído em municípios com mais de 50 mil habitantes. Então, a população mais vulnerável fica sem essa opção”, critica Marta.

“Não é possível deixar adolescentes pobres sem acesso a métodos seguros. Isso, por si só, é um tipo de violência contra a mulher”, protesta. Adolescentes, inclusive, são as com maior risco de lidar com uma gravidez não planejada — 60 a 80% dos casos acontecem nessa fase.

Vale lembrar outro perigo da gravidez não planejada: metade dos casos termina em aborto ilegal, que é especialmente perigoso. De olho nisso, o especialista da UFMG reforça: “É preciso rever os preconceitos sobre os métodos de contracepção reversíveis de longa duração. Temos evidências científicas que mostram a segurança e os benefícios deles”.

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