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Dor nas costas: você e seu médico fazem (quase) tudo errado

Um dos maiores jornais científicos do mundo alerta para o impacto desse incômodo e aponta que exames e remédios geralmente são desnecessários

Por André Biernath
Atualizado em 12 dez 2019, 15h03 - Publicado em 29 mar 2018, 18h18

Atire a primeira pedra quem nunca sofreu com pontadas na região lombar ou cervical: eis um problema que atinge gente de todas as idades e classes sociais. Segundo um levantamento recente, a dor nas costas é a principal causa de incapacidade no mundo inteiro. Só no Brasil, ela atinge 13% da população e só fica atrás da hipertensão entre as queixas de saúde.

Uma série de artigos publicada recentemente no prestigiado periódico de ciência The Lancet faz uma análise completa sobre o cenário do diagnóstico e do tratamento desse problema nos quatro cantos do globo. A conclusão é que médicos e pacientes estão cometendo um erro atrás do outro.

Exames inúteis

Tudo começa quando o indivíduo vai até o pronto-socorro e quer uma solução rápida para a sua chateação. O especialista, então, pede uma batelada de testes para averiguar o que está errado. E essa é a primeira falha da história: não há nenhuma necessidade de pedir radiografia, tomografia ou ressonância magnética na esmagadora maioria dos casos.

“Os exames de imagem não vão influenciar em nada as escolhas de tratamento”, esclarece a fisioterapeuta Lucíola Costa, da Universidade Cidade de São Paulo, instituição brasileira que apoiou a realização o estudo na América Latina. É comum que muitas pessoas tenham alguma particularidade nas vértebras sem que isso resulte numa doença de verdade, com repercussões no dia a dia. “Alterações na coluna são iguais a cabelo branco e ruga: todo mundo vai ter um dia”, completa a especialista.

Os exames só estão indicados para uma parcela mínima de casos, quando surgem suspeitas de deslocamento de vértebras, fraturas após traumas e acidentes e quando houver indícios de tumores que estejam apertando nervos que saem da medula espinhal.

Drogas (e bisturis) errantes

Após o diagnóstico, a segunda mancada está no contra-ataque terapêutico. Na maioria das vezes, a tendência é partir para remédios e métodos invasivos. Outro equívoco grave.

Nos países ricos, há um abuso na prescrição de opioides, uma classe farmacêutica potente que, quando mal utilizada, provoca um monte de efeitos colaterais e leva à dependência. E isso sem contar a tendência de recorrer às cirurgias, um recurso caro que muitas vezes não resolve a questão.

O médico pode até prescrever analgésicos e anti-inflamatórios por um curto período de tempo. “Mas a solução mesmo é educar o paciente e tirar os seus medos, mostrando que a dor não é uma doença, mas um sintoma que pode estar relacionado a diversos fatores, como estresse, ansiedade, depressão, noites mal dormidas, falta de atividade física…”, sugere Lucíola.

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Camarão que dorme a onda leva

Também não dá para ficar só de repouso, outra sugestão bastante comum nos consultórios. Manter uma vida ativa é um recurso essencial para encarar e minimizar esse problema.

Em muitos casos, a fisioterapia torna-se uma aliada e tanto na recuperação. “Só não podem ser utilizadas modalidades passivas, em que somente o profissional de saúde faz os movimentos e estímulos no corpo. O paciente precisa ter participação ativa durante as sessões”, recomenda a professora.

Para prevenir que as pontadas apareçam, a dica é a mesma: não fique parado. Vale reservar algum tempo do dia ou da semana para a prática regular de atividade física e fugir das longas horas sentado na cadeira do escritório ou largado no sofá da sala. É importante se levantar de vez em quando para esticar o esqueleto e os músculos.

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Por fim, é primordial ficar atento à postura e fazer pequenos ajustes no ambiente de trabalho e de lazer para não se encurvar por horas a fio. Sua coluna agradece.

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