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As dez descobertas acidentais que marcaram a medicina

Conheça os tratamentos que surgiram meio sem querer e revolucionaram a forma como encaramos diversas doenças

Por André Biernath
Atualizado em 2 ago 2019, 18h28 - Publicado em 19 jun 2018, 10h30

Há 90 anos, o cientista inglês Alexander Fleming inaugurou uma nova era ao descobrir a penicilina, o primeiro antibiótico da história. Na receita desse marco, há uma boa dose de sorte. SAÚDE aproveita a data para mostrar as principais revoluções médicas que contaram com o acaso. Confira a linha do tempo:

1799 – Anestesia

anestesia
anestesia (Ilustrações: Thiago Almeida/SAÚDE é Vital)

O inglês Humphry Davy (1778-1829) foi o primeiro a relatar o efeito anestésico do óxido nitroso, o “gás do riso”. Anos depois, o dentista americano Horace Wells (1815-1848) assistia a um espetáculo quando um dos participantes, depois de inalar o gás, machucou a perna e não sentiu dor. Intrigado, Wells fez uma experiência: pediu para um estudante arrancar seu dente sob o efeito do gás. A extração foi indolor.

1870 – Aspirina

(Ilustrações: Thiago Almeida/SAÚDE é Vital)

O alemão Felix Hoffman (1868-1946) testava o extrato da casca de uma árvore, o salgueiro, no combate a infecções. Nos primeiros testes, a pílula sintetizada a partir da salicina — o princípio ativo da planta — não alcançou bom resultado. Por outro lado, reduziu a febre. Para evitar que o remédio causasse queimação no estômago, ele acrescentou à fórmula a substância acetil. Nascia, assim, o ácido acetilsalicílico, que a Bayer popularizou como Aspirina.

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1879 – Adoçante 

(Ilustração: Thiago Almeida/SAÚDE é Vital)

A sacarina foi descoberta pelo russo Constantin Fahlberg (1850-1910) quando ele trabalhava com derivados de alcatrão de carvão em seu laboratório nos Estados Unidos. Curiosamente, o ciclamato de sódio e o aspartame também foram desvendados por obra do acaso: o primeiro em 1937, numa pesquisa para um remédio contra febre, e o segundo em 1965, em um estudo para achar uma solução contra úlceras.

1889 – Insulina 

(Ilustrações: Thiago Almeida/SAÚDE é Vital)

Os cientistas alemães Joseph von Mering (1849-1908) e Oscar Minkowski (1858-1931) removeram o pâncreas de um cão para estudar o que aconteceria e logo perceberam que a urina do animal passou a atrair moscas por causa do açúcar. Eles constataram que a glândula era indispensável para o aproveitamento da glicose. Em 1921, pesquisadores canadenses isolaram o hormônio responsável por isso, a insulina.

1895 – Raio X

(Ilustração: Thiago Almeida/SAÚDE é Vital)

O físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen (1845-1923) analisava um tubo de raios catódicos — tubo de vidro através do qual passa um feixe de elétrons — quando notou um efeito curioso. Ao ligá-lo, ele percebeu um brilho projetado em uma placa fosforescente. E esse brilho persistia mesmo se fosse colocada uma folha de alumínio entre o tubo e a placa. Quando botou a própria mão, descobriu que podia ver seus ossos na imagem projetada.

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1928 – Penicilina

(Ilustrações: Thiago Almeida/SAÚDE é Vital)

O inglês Alexander Fleming (1881-1955) investigava bactérias do tipo estafilococo quando saiu de férias e esqueceu, em cima da mesa do laboratório, uma de suas amostras do micróbio. Ao voltar, viu que havia aparecido mofo no local, e este impedia as bactérias de se multiplicarem. Concluiu, então, que uma substância do fungo Penicillium notatum estava por trás desse efeito. Despontava a penicilina, o primeiro antibiótico.

1956 – Marca-passo

(Ilustrações: Thiago Almeida/SAÚDE é Vital)

O engenheiro americano Wilson Greatbatch (1919-2011) construía um dispositivo para gravar batimentos cardíacos quando, por engano, retirou o resistor da caixa errada. Depois de montá-lo, notou que o circuito emitia pulsos elétricos. Logo, imaginou que essa estimulação poderia ajudar em um colapso do coração. Ao longo de dois anos, aperfeiçoou o invento e o testou em um cão. No início, o equipamento era do tamanho de uma TV. 

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1964 – AZT

(Ilustrações: Thiago Almeida/SAÚDE é Vital)

O americano Jerome Horwitz (1919-2012) sintetizou essa droga quando pesquisava alternativas para tratar a leucemia. Como não obteve o resultado esperado, ela foi arquivada. Dez anos depois, o alemão Wolfram Ostertag (1937-2010) demonstrou que o remédio tinha efeito sobre um vírus parecido com outro que se conheceria mais tarde, o HIV. Em 1986, os EUA aprovaram o uso do AZT como o primeiro medicamento contra a aids.

1973 – Botox

(Ilustrações: Thiago Almeida/SAÚDE é Vital)

Ciente dos experimentos com toxina botulínica, uma substância extraída de bactérias, o oftalmologista americano Alan Scott a utilizou, com êxito, para paralisar o músculo extraocular e corrigir, assim, quadros de estrabismo. Nos anos 1990, um casal de médicos canadenses, Alastair e Jean Carruthers, descobriu que a injeção também combatia rugas e pés de galinha.

1993 – Viagra

(Ilustrações: Thiago Almeida/SAÚDE é Vital)

O químico inglês Simon Campbell trabalhava em um medicamento para dilatar as artérias do coração e aliviar a dor no peito da angina. Os efeitos, porém, estavam aquém do desejado. Só que nos testes clínicos os pesquisadores começaram a ouvir relatos de voluntários que sofriam uma estranha (e bem-vinda) reação adversa: o citrato de sildenafila melhorava a ereção. Em 1998, a Pfizer lançava o Viagra.

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FONTES: Descobertas Acidentais em Ciências, de Royston M. Roberts (Papirus), e As Dez Maiores Descobertas da Medicina, de Meyer Firedman e Gerald W. Friedland (Cia. das Letras)

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