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Anvisa muda indicação da vacina contra dengue. Quem deve tomar agora?

O órgão do governo aprovou três alterações na bula desse imunizante. Quem nunca foi infectado por esse vírus não pode mais receber as doses

Por Da Redação
Atualizado em 4 abr 2019, 17h04 - Publicado em 24 ago 2018, 12h05

A bula da vacina da dengue (Dengvaxia) mudou a pedido da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa. Após pesquisas sugerirem que o imunizante da farmacêutica Sanofi, o único disponível no mundo contra essa doença, pode causar problemas a quem nunca foi infectado pelo vírus, o órgão regulatório optou por restringir seu uso.

O que aconteceu? Em resumo, pesquisas iniciadas antes e após o início da distribuição desse produto sugerem que os pacientes sem histórico de infecção podem desenvolver quadros mais graves se tomarem a vacina e, depois, forem picados pelo mosquito.

Atenção: a Anvisa reitera que a vacinação não causa a doença. As estimativas dão conta de que, a cada mil pacientes soronegativos (que nunca tiveram dengue) e que recebem as injeções, cinco serão internados. E duas a cada mil pessoas soronegativas vacinadas desenvolvem a forma mais severa dessa enfermidade – de novo, após entrarem em contato com o Aedes aegypti.

Diante disso, vem a primeira alteração na bula: contraindicação da vacina em indivíduos que nunca tiveram dengue.

O fato é que, desde o fim do ano passado, trabalhos científicos levantaram a bola desse problema. Até a Anvisa chegou a se posicionar sobre o assunto. “Mas antes havia uma precaução em relação ao uso no caso de soronegativos. Agora, temos a contraindicação”, diz Alessandra Bastos Soares, diretora de Autorização e Registros Sanitários do órgão, em comunicado.

Quem pode tomar a vacina da dengue

Apesar da mudança acima, os levantamentos continuam a mostrar uma efetividade do produto da Sanofi na prevenção de uma segunda infecção – há quatro subtipos do vírus. E, nessa situação, também atestam uma redução nos casos graves e nas hospitalizações.

Unindo o que já mencionamos com isso, vem a próxima mudança na indicação: restringir o uso para indivíduos soropositivos que moram em áreas endêmicas. Fora isso, eles devem ter entre 9 e 45 anos.

Isso, no entanto, traz uma complicação. É que a pessoa precisa saber com certeza se realmente sofreu com a dengue em determinado momento da vida – e não com outros vírus que, às vezes, trazem sintomas similares, como o chikungunya. Em teoria, só um exame sorológico responde essa questão.

Mais: a terceira mudança na bula determina áreas endêmicas como aquelas em que mais de 70% dos indivíduos foram infectados pela dengue. A questão é: como você consegue saber disso?

Se está na dúvida ou se vive em regiões com vários episódios da doença, vale conversar com seu médico. Até porque a vacina não está disponível na rede pública (com exceção de alguns municípios no Paraná), exige três doses – e cada uma não sai por menos de 100 reais.

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E quem já recebeu a vacina ou alguma dose?

A Anvisa determinou que a Sanofi apresente um plano de acompanhamento dos indivíduos soronegativos que receberam as injeções. Em comunicado, o órgão ainda afirma: “As pessoas já vacinadas com uma ou duas doses devem procurar um profissional de saúde para avaliar o benefício de completar ou não o esquema, considerando as características da doença na região onde o paciente vive, intensidade de transmissão e idade”.

No mais, cabe a essas pessoas – e a todos os brasileiros – tomarem medidas que evitam a picada do mosquito. Isso envolve acabar com focos de água parada, aplicar repelente quando necessário e por aí vai.

De acordo com a Sanofi, 350 mil pessoas foram vacinadas com a Dengvaxia desde o seu lançamento, em 2015, até meados de 2018.

Em paralelo, o Instituto Butantan trabalha no desenvolvimento de outra vacina. É esperar para ver se essa superará os resultados da que está disponível hoje.

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