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11 problemas que fazem o cabelo cair

Certas condições podem abrir clareiras na cabeça de homens e mulheres. Conheça as principais e entenda por que a calvície muitas vezes exige investigação

Por Theo Ruprecht
Atualizado em 5 fev 2021, 14h11 - Publicado em 2 out 2018, 09h00

O rarear dos cabelos não é em si uma doença. É, na verdade, um sintoma – tanto de males que atacam só o couro cabeludo quanto dos que também agridem outras partes do corpo.

Segundo um artigo de estudiosos da Universidade de Manchester, na Inglaterra, essa visão mais moderna da saúde capilar ajuda a diagnosticar problemas que poderiam passar despercebidos, assim como aumenta a taxa de sucesso do tratamento contra a calvície (ou alopécia, como dizem os especialistas).

“Lidar com toda queda de cabelo da mesma forma é uma conduta ultrapassada e ineficaz”, sentencia a dermatologista Bel Takemoto, preceptora da residência em dermatologia da Faculdade de Medicina do ABC, na Grande São Paulo. “Primeiro temos que montar o quebra-cabeça com uma boa avaliação no consultório e eventuais exames para depois começarmos a agir”, completa.

Claro que a maioria das carecas surge em virtude do envelhecimento e de uma predisposição hereditária à alopécia androgenética – que atinge os dois sexos e é ocasionada pela conversão de altas doses de testosterona em di-hidrotestosterona, molécula que fragiliza os fios. Porém, isso não justifica menosprezar a perda de cabelo ou tratá-la como uma questão puramente estética, em especial se vier acompanhada de outras alterações. A seguir, elencamos 11 motivos para não tirar isso da cabeça.

1. Síndrome metabólica

Pesquisadores da Universidade Yonsei, na Coreia do Sul, examinaram o sangue, as medidas corporais e o cocuruto de 1 884 pessoas. O primeiro resultado: 52,6% delas manifestavam a alopécia androgenética.

Acontece que, nessa turma, havia também uma maior prevalência de diabete, hipertensão, obesidade e triglicérides altos – encrencas que, em conjunto, constituem a síndrome metabólica. “Essas doenças lesam inclusive os vasos que irrigam o couro cabeludo”, justifica o tricologista Adriano Almeida, diretor da Sociedade Brasileira do Cabelo. “Aí o sangue não chega à região como deveria, deixando-a sem a nutrição adequada”, explica.

Há ainda outra hipótese bem aceita de que esses distúrbios (e principalmente o diabete) provoquem uma inflamação crônica que compromete a integridade da cabeleira. Mas a médica Dolores Pardini, presidente do Departamento de Endocrinologia Feminina e Andrologia da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, pondera que, para flagrar pressão alta e companhia precocemente, melhor mesmo é visitar o médico com regularidade e realizar exames quando necessário.

2. Cigarro

Está aí outra encrenca que o tabagismo traz na bagagem – e olha que a lista é longa. Pois aquela mesma pesquisa coreana mostra que homens fumantes também correm um risco maior de sofrer com o desmatamento capilar. Acredita-se que as substâncias tóxicas do cigarro enfraquecem as mechas. Como na síndrome metabólica, anos e anos tragando e soltando fumaça levam a uma degeneração dos vasinhos que abastecem as extremidades do corpo – caso do couro cabeludo.

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3. Anemia

A deficiência de ferro é a desordem nutricional mais comum do mundo. E a carência desse mineral leva a uma queda na concentração de hemoglobina, proteína presente em células do sangue que é fundamental para o transporte de oxigênio. A isso se dá o nome de anemia, que aflige 30% da população ao redor do globo, segundo a Organização Mundial da Saúde. Além de cansaço e palidez, o déficit de oxigênio tira a resistência dos fios. “Às vezes pegamos a doença no início devido a alterações no couro cabeludo”, relata Bel.

4. Problemas intestinais

Sim, o ferro parece ajudar a manter o penteado incólume. Mas ele não é o único nutriente que precisa entrar no cardápio. Zinco, cobre e proteínas, entre outros, asseguram a beleza e a firmeza dos fios. A questão é que de pouco adianta adotar uma alimentação balanceada se o aparelho digestivo não consegue absorver as substâncias benéficas vindas da comida. “É o que ocorre nas doenças inflamatórias intestinais, em especial na de Crohn”, alerta Arceu Scanavini Neto, cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, na capital paulista.

Aliás, o próprio processo inflamatório no intestino se espalha para outras regiões, podendo repercutir na cabeça. Mais: em certas situações, até os remédios contra esses transtornos resultam em alopécia.

As dietas radicais

Entrar num regime muito restritivo culmina em déficits nutricionais que são capazes de afetar a cabeleira. Aí o projeto de arrasar no verão vai pro ralo.

5. Doença renal crônica

Quando os rins deixam de filtrar o sangue direito, os mais variados sintomas dão as caras: dor de cabeça, náusea, cãibra, inchaço… e calvície. Um estudo turco revelou que, de 365 vítimas da doença renal crônica, 41,4% exibiam falhas no revestimento do cocuruto. Por quê? Não se sabe ao certo, porém as limitações alimentares decorrentes do quadro seriam um motivo. Nesse contexto, vale destacar que a calvície dificilmente será o indício inicial da insuficiência dos rins.

6. Sífilis

Em seis anos, o número de casos dessa infecção sexualmente transmissível cresceu 603% no estado de São Paulo. E, se a bactéria Treponema pallidum gera feridas nos órgãos sexuais logo após invadir seu organismo, passadas algumas semanas ela pode suscitar manchas na pele e queda de cabelo. “A alopécia não é uma consequência frequente da sífilis”, acalma Almeida. Entretanto, a recente disseminação da moléstia fará mais gente se queixar do sintoma. Quem diria que camisinha preserva até as madeixas.

7. Micose

Os fungos não gostam apenas das unhas. Se atingem o topo da cabeça, eles podem gerar uma descamação que tira a estabilidade dos fios. Isso sem contar que deixam toda a área mais oleosa, favorecendo a calvície. Embora esses agentes infecciosos possam nos atormentar a qualquer momento, isso é bem mais comum quando o sistema imune do sujeito está fraco, seja por uma questão passageira, seja por uma doença como a aids.

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8. Ovário policístico

Lembra que altas taxas de testosterona favorecem a alopécia androgenética? Pois o hormônio masculino é produzido em larga escala nas mulheres que sofrem com a formação de cistos nos ovários. “O excesso da substância ainda desencadeia acne, crescimento de pelos no corpo e ciclo menstrual irregular”, ensina a endocrinologista Dolores Pardini. “E esses sintomas tendem a ser notados antes da queda de cabelo”, diz. Estima-se que 20% da população feminina em fase reprodutiva padeça desse distúrbio.

9. Disfunções da tireoide

Você já deve ter ouvido que essa glândula alojada no pescoço dita o ritmo do organismo inteiro. E os processos de crescimento e renovação capilar não ficam de fora. Se a pequena estrutura em formato de borboleta passa a fabricar doses elevadas dos hormônios T3 e T4 – quadro chamado de hipertireoidismo -, acaba acelerando a reposição celular do couro cabeludo, o que deixa a careca exposta.

Já no hipotireoidismo, a falta de T3 e T4 lentifica o metabolismo. “Aí, há uma maior dificuldade de os fios se desenvolverem”, esclarece Bel. Aliás, a dermatologista conta que os problemas de tireoide estão entre os que mais fazem pacientes chegar ao seu consultório reclamando do cabelo.

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Nem tão alterado assim

Há pessoas com uma versão branda (ou subclínica) de hiper ou hipotireoidismo. Não dá pra saber se esses quadros afetariam o cocuruto – mas vale considerá-los ao investigar uma eventual queda capilar.

10. Estresse crônico

“Em torno de 10% das mulheres têm algum grau de calvície. E acho que o número está subindo, principalmente entre as que trabalham em setores muito estressantes”, especula Carlos Oscar Uebel, expert em transplantes capilares e chefe do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital São Lucas, em Porto Alegre. Claro que um momento isolado de nervosismo não vai deixar você careca. Contudo, se a ansiedade nunca vai embora, cria-se uma bagunça hormonal que prejudica, sim, a integridade dos fios.

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11. Doenças autoimunes

O fator comum entre as chateações que se enquadram aqui é a agressão das células de defesa contra o próprio organismo. Ocorre que essa investida alastra processos inflamatórios com potencial de machucar o couro cabeludo. Tanto que, entre as consequências do lúpus eritematoso sistêmico – mal que atinge articulações, rins, coração e outros órgãos -, está a alopécia.

Também não dá pra deixar de falar na psoríase. Fora o componente inflamatório, ela instiga a formação de placas na pele que se estendem às entradas da testa. E isso compromete o crescimento de cabelo – inclusive porque rende coceira. Tratar a calvície sem controlar essas condições não vai dar muito certo.

A alopecia areata

Essa doença autoimune se volta especificamente contra os folículos capilares, que sediam a raiz dos fios. Com isso, abrem-se clareiras na cabeça – em casos mais raros, todo o cabelo entra em extinção.

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