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O que super-heróis e universos fantásticos têm a ver com saúde? A designer nerd (com orgulho!) Mayla Tanferri explica por aqui
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Wolverine inspira experts a criar material que se autorregenera

A idolatria por esse personagem de X-Men fez pesquisadores criarem uma tecnologia que pode revolucionar a medicina

Por Mayla Tanferri Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 24 fev 2017, 12h06 - Publicado em 24 fev 2017, 11h03

Quando falamos de superpoderes, os fãs de cinema são categóricos: a capacidade de cura avançada, um dos predicados do icônico Wolverine, é a que mais invejamos possuir. E não estou afirmando isso com a parcialidade de uma fã prestes a assistir o desfecho de seu mutante favorito nos cinemas.

Uma pesquisa feita na Europa mostra que essa habilidade do anti-herói sisudo de garras retráteis (Marvel Comics) liderou a lista de superpoderes que gostaríamos de ter. A autocura do carcaju* ficou apenas 1% à frente dos poderes telepáticos de seu mentor e companheiro de jornada Charles Xavier, o Professor X.

Agora, e se eu dissesse que não estamos tão longe de partilhar dessa habilidade digna de X-Men? E que pesquisadores fascinados pelo poder do personagem têm trabalhado há tempos para criar materiais com a mesma capacidade de regeneração?

Pois é: inspirados no Wolverine, cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, desenvolveram um novo material que pode se autorregenerar. Ele é de baixo custo, fácil de produzir, transparente, super elástico (pode esticar em até 50 vezes seu comprimento original), conduz eletricidade e, o mais impressionante, se autorregenera após sofrer um corte.

Parece um experimento do Projeto Arma X não é mesmo?

Na verdade, o cientista Chao Wang, um dos responsáveis pelo projeto, interessou-se por materiais com essa capacidade por idolatrar o personagem. O fascínio o levou a desenvolver pesquisas ao lado de uma equipe da Universidade do Colorado (também nos Estados Unidos), que incluía o professor Christoph Keplinger. Sim, a ficção inspira a realidade — e, muitas vezes, move a ciência.

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Keplinger já havia usado uma tecnologia similar para criar músculos artificiais, mas a capacidade de regeneração alcançada nos estudos ao lado de Wang tornou o material viável para um uso mais amplo. Segundo os resultados disponíveis, a autocura funcionou até mesmo quando o tecido foi cortado em dois. O processo de regeneração total durou 24 horas, sem qualquer estímulo externo.

Veja como o material inspirado no Wolverine funciona (o vídeo está em inglês):

 

 

Mas como isso vai nos beneficiar na prática?

Dois estudantes que trabalham com Keplinger — Timothy Morrissey e Eric Acome — demonstraram que a capacidade de conduzir eletricidade do material o faria um ótimo componente de um músculo artificial. Músculo artificial é um termo utilizado para designar materiais ou dispositivos que se contraem, expandem ou rotacionam devido a estímulos externos tais como voltagem, corrente, pressão ou temperatura.

Os pesquisadores usaram sinais elétricos para que o músculo artificial se movesse. Da mesma maneira que um bíceps humano recebe um sinal enviado pelo cérebro para erguer o braço, o músculo artificial também reage quando recebe um sinal.

Mas calma. A criação do material à la Wolverine é resultado de um quebra-cabeça montado durante anos — e deve se passar mais um bom tempo antes de entendermos seu real potencial nos mais diferentes campos.

Algumas sugestões incluem dar a robôs a capacidade de autocura após falha mecânica, ou estender a vida útil das baterias em eletrônicos e carros elétricos. Na saúde, o material melhoraria a durabilidade dos biossensores no campo médico. Sem, claro, mencionar possíveis aplicações associadas à interação com músculos artificiais — eles poderiam ajudar gente com fraqueza extrema ou perda de movimentos, por exemplo.

Enquanto os fãs começam a formar fila para possuir o superpoder mais cobiçado de todos os heróis, eu vou garantir meus ingressos para assistir o velho Logan. E, com sorte, regenerar as feridas que os outros filmes me causaram. Tá aí um superpoder que eu gostaria de possuir: autocura a adaptações cinematográficas traumatizantes!

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*Carcaju é só um dos muitos pseudônimos pelo qual Wolverine é conhecido. Len Wein, escritor contratado para criar o personagem, diz ter se inspirado no animal homônimo nativo dos países gelados da América do Norte. Em português, o animal “wolverine” se chama carcaju. Outros codinomes de Wolverine: Arma X, Experimento X e Logan — o último virou o título do capítulo final da trilogia solo do mutante — e chega aos cinemas no dia 2 de março.

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