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Antonio Lancha Jr, professor expert em atividade física e nutrição da USP e autor de livros como "O Fim das Dietas", ensina como emagrecer sem cair em promessas furadas
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Tarja preta nos alimentos que engordam

Será que o melhor caminho para enfrentar a obesidade e outros problemas vindos da alimentação é com uma rotulagem agressiva? Especialista discute o assunto

Por Professor Antonio Herbert Lancha Jr.
Atualizado em 22 dez 2017, 13h59 - Publicado em 29 nov 2017, 18h42

Estava lendo o jornal e me deparei com uma propaganda de página inteira dizendo: “rotulagem adequada já”. Nessa publicidade, uma abordagem radical com tons agressivos sugeria uma rotulagem – quase tarja preta – para certos alimentos.

Fiquei pensando: se há alguma entidade pensando em inscrever dizeres que definam o que é bom ou ruim para a saúde, quem serão as pessoas por trás dessa entidade? Quais os princípios? Quais os parâmetros?

Comecei a divagar sobre quais seriam os candidatos a receberem a tarja preta. O primeiro que veio a minha mente foi o chocolate. Ora, ele possui uma boa quantidade de gordura e açúcar. Isso não é saudável!

Porém… um estudo demonstrou que o consumo de chocolate 70% de cacau reduz marcadores de estresse e ansiedade, assim como colesterol. Opa, então o chocolate tem um lado saudável! Tá liberado.

E os cereais? Eles são redutos de carboidratos – tarja preta neles! Mas recentemente foi demonstrado que a ingestão desses alimentos promove uma alteração das bactérias intestinais, produzindo um tipo específico de ácido graxo. E isso, por sua vez, parece proteger o intestino de diversas doenças, entre elas o câncer colorretal. Mais um alimento fugiu da guilhotina.

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O fato é: rotular um alimento como mocinho ou vilão simplifica o conceito de saúde. Nós poderíamos pensar em inúmeras opções aqui e certamente teríamos pontos positivos e negativos pra cada uma. Não existe alimento bom ou ruim, e sim alimentos diferentes. Podemos consumir todos.

E tem mais: rotular uma comida como saudável ou não também reduz sobremaneira o significado da alimentação, de um gosto, de um sabor. Me lembro quando fiz um curso de degustação de vinho e, após experimentarmos um tinto, a professora perguntou: qual sabor vocês sentiram?

As respostas foram as mais variadas. Morango, framboesa, grama, terra, carvalho etc. “E quem está certo, professora?” Ela respondeu: “Todos”. E destacou que o sabor tem relação com nossas histórias de vida e experiencias gustativas. Negar tudo isso e se proibir completamente de algo que faz parte da sua história dificilmente trará resultados duradouros.

Fatos, força e medo

Particularmente, me assusta a valorização de estratégia que usam fatos, força e medo para convencer alguém a adotar um comportamento mais saudável. A ciência já demonstrou que é difícil mudar de verdade dessa maneira.

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Para modificarmos de fato um hábito, seja ele qual for, precisamos de uma recompensa e motivação importante para nós – para nós, e não para o profissional de saúde.

Só você consegue mudar suas escolhas. Os fumantes não param de fumar por deixarem de gostar dos seus cigarros, mas por encontrarem algo que eles desejam mais que os próprios cigarros. Pode ser, por exemplo, ter saúde para ver os netos crescerem.

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