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Estou tendo um derrame cerebral? Não há tempo a perder

Especialista explica como detectar os sintomas de um AVC rapidamente e o que fazer daí em diante para evitar sequelas

Por Dra. Renata Simm*
Atualizado em 12 nov 2019, 10h47 - Publicado em 12 jun 2017, 16h12

O acidente vascular cerebral (AVC), comumente conhecido como derrame, mata mais de 80 mil brasileiros ao ano segundo dados do Ministério da Saúde. A estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) é a de que seis pessoas morram do problema, a principal causa de incapacidade física do mundo, a cada 60 segundos.

O acidente vascular cerebral isquêmico representa 85% dos casos e ocorre por uma obstrução de uma artéria no cérebro, causando a interrupção do fluxo de sangue com danos à área por ela irrigada. Já os outros 15% são do tipo hemorrágico, ou seja, quando há rompimento de uma artéria e extravasamento de sangue no cérebro.

Os sinais e sintomas surgem de repente e saber reconhecê-los tão logo apareçam é essencial, já que o tempo é valioso para o atendimento médico especializado. Estima-se que 30% dos pacientes demoram mais de 24 horas para procurar atendimento médico, segundo a World Stroke Organization, referência mundial em AVC.

E como identificar se estou sofrendo um derrame? Os principais sintomas de alerta são formigamento no rosto, braços ou pernas de um lado do corpo, boca torta, fraqueza nos membros inferiores e superiores de um lado do corpo, dor forte e súbita de cabeça (mais comum no AVC hemorrágico), tontura, falta de equilíbrio, descoordenação, dificuldade de locomoção, perda do campo visual de um lado e alteração da fala. Os sinais costumam ser bastante característicos, mas, mesmo se estiver na dúvida, é melhor procurar um hospital especializado.

Ao chegar nesse local, o diagnóstico é feito por meio de uma avaliação física, de exames de imagem e da história clínica (cuja importância é definir o exato momento do início dos sintomas). A localização e o tamanho da lesão determinam a gravidade do AVC, que pode ser leve ou fatal. Se o tratamento for feito no momento certo, ou seja, até quatro horas e meia após o início dos sintomas, há menor risco de sequelas e melhora na qualidade de vida.

Os pacientes com diagnóstico de AVC isquêmico que chegam ao atendimento dentro desse período recebem medicamentos trombolíticos para desobstruir a artéria. A medicação é administrada por uma veia periférica ao longo de uma hora. Durante a infusão, muitas vezes já se nota a reversão dos sintomas. Quanto mais rápido o paciente recebe o tratamento, menor a área cerebral afetada e as sequelas.

Agora, se o paciente chegar ao pronto-atendimento após 4h e meia e menos de 6 horas do início dos sintomas, o trombolítico é injetado diretamente na artéria acometida através de um cateterismo. Isso obviamente requer um hospital com centro de hemodinâmica especializado.

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Já o paciente que apresenta um quadro de AVC hemorrágico pode ser submetido à drenagem cirúrgica do sangue, dependendo da extensão e localização do hematoma e das suas condições clínicas.

Devido à sua gravidade, o AVC é tratado como uma urgência médica. Existem hoje hospitais com certificação internacional no atendimento do AVC (Stroke Units). Ao contrário do que acontecia anteriormente, em que as vítimas de derrame ficavam internadas por longos períodos, o tempo de internação hoje em dia não passa de uma semana.

Mesmo com o tratamento, pode acontecer de o paciente evoluir para algum grau de comprometimento físico. Nesse cenário, recomenda-se um bom programa de reabilitação com uma equipe de fonoaudiologia, fisioterapia, enfermagem, psicologia e terapia.

O que leva ao AVC?

Existem alguns fatores de risco, sendo a hipertensão arterial o maior. Além dela, entram na lista de gatilhos diabetes, colesterol alto, sedentarismo, abuso de drogas, obesidade, tabagismo e doenças cardíacas. No tipo hemorrágico, conta ainda o histórico familiar de aneurisma.

Apesar de ser uma doença com maior incidência em idosos, estudos apontam um aumento de casos em pessoas mais jovens, uma vez que os indivíduos estão expostos a fatores de risco para a doença, principalmente as mulheres.

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Seis em cada dez mortes por AVC ocorrem entre o sexo feminino, porque há diferenças em relação à imunidade, à coagulação, aos fatores reprodutivos, à fibrilação atrial e a certos aspectos psicológicos. Outros pontos críticos são pré-eclâmpsia, que pode levar ao AVC durante a gravidez ou depois do parto, uso de anticoncepcionais, depressão, enxaqueca com aura e idade avançada.

A prevenção ainda é o melhor remédio. Manter uma dieta equilibrada, fazer exercícios físicos regularmente e parar de fumar ajudam a prevenir o problema.

Todo cuidado é pouco.

*Renata Simm é coordenadora do Departamento de Neurologia e da Unidade Neurointensiva do Hospital Santa Paula, na capital paulista

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