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Boa-nova na estratégia de vacinação contra o HPV

A imunização contra o vírus, o principal causador do câncer de colo do útero, foi estendida para os meninos - especialista conta as vantagens disso

Por Luisa Lina Villa*
Atualizado em 3 mar 2023, 11h20 - Publicado em 7 abr 2017, 09h15

Desde janeiro de 2017, o Ministério da Saúde ampliou no país a vacinação contra o papilomavírus humano, o HPV, disponibilizada gratuitamente desde 2014 para meninas de 9 a 13 anos. Agora receberão as doses também os meninos entre 12 e 13 anos. Com a medida, o Brasil é oprimeiro país da América do Sul a seguir uma ação já estabelecida no sistema público de saúde de Israel, Áustria, Austrália, Estados Unidos, Panamá e Turquia. E o ideal é que essa imunização universal ganhe força pelo globo.

Principal causador do câncer do colo do útero, o HPV é sexualmente transmissível e provoca tumores também de orofaringe, região que fica atrás das amígdalas e da língua, e de ânus e pênis. Daí a importância de incluir os garotos no programa de vacinação. E, sim, o cuidado precisa acontecer cedo, antes do início da vida sexual.

Os números falam por si: o câncer do colo do útero vem afetando meio milhão de mulheres a cada ano no mundo – no Brasil, foram registrados em torno de 20 mil novos casos em 2016! Isso sem contar a elevada taxa de verrugas genitais provocadas pelos diversos tipos do micro-organismo: estima-se em 30 milhões o número de novos afetados anualmente, em proporção semelhante de mulheres e homens. A favor da vacinação em ambos os sexos contam ainda as várias pesquisas que apontam uma redução mais eficiente e acelerada dos tumores causados por HPV em mulheres quando são vacinados também os rapazes.

Um dos maiores estudos sobre a história das infecções por papilomavírus em homens, em andamento desde 2005 e cujo braço brasileiro eu lidero, registra: os tipos mais frequentemente encontrados na ala masculina são HPV 6 (associado à maioria das verrugas genitais) e o HPV 16 (responsável por uma taxa significativa de tumores de pênis, ânus e suas lesões precursoras). Pois a vacina oferecida pelo SUS é capaz de conter justamente esses dois causadores de problemas.

Na Austrália, Nova Zelândia, Dinamarca, Suécia e nos Estados Unidos, entre outros países, após o início da vacinação, já se contabiliza uma redução de verrugas e lesões que dão origem ao câncer do colo do útero. E, mesmo em lugares onde a adesão das adolescentes deixou a desejar, vacinar os garotos já se mostrou uma estratégia de proteção importante. Ou seja, precisamos nos empenhar por aqui para ampliar cada vez mais a taxa de cobertura, convencendo jovens – e seus pais – dos benefícios das duas picadinhas no braço para sua saúde no futuro.

*Luisa Lina Villa é bióloga, professora da Universidade de São Paulo e coordenadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia das Doenças Associadas ao Papilomavírus (INCT-HPV).

 

 

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