Assine VEJA SAÚDE por R$2,00/semana
Imagem Blog

Com a Palavra Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Blog
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

5 perguntas e respostas sobre exercício físico em pessoas com HIV

Todo paciente com esse vírus pode treinar? Quais os benefícios e os limites? Especialista esclarece as dúvidas mais frequentes sobre exercício físico e aids

Por Prof. Dr. Alexandre Ramos Lazzarotto*
Atualizado em 15 Maio 2017, 10h39 - Publicado em 11 Maio 2017, 16h29

Por Alexandre Ramos Lazzarotto*

Desde os primeiros casos da infecção pelo vírus HIV, a associação entre o treinamento físico e a defesa do organismo (imunidade) tem sido objeto de preocupação e estudo. Inicialmente não recomendado, hoje ele vem sendo cada vez mais cogitado como uma estratégia de terapia não medicamentosa para os pacientes. Isso graças ao avanço do conhecimento sobre a doença e à evolução das medicações.

Neste contexto, faz-se necessário o esclarecimento das suas vantagens e limitações, com vistas à prática de forma adequada e, principalmente, à aquisição e manutenção de um estilo de vida saudável. Abaixo, sintetizei alguns pontos importantes sobre o treinamento físico e a aids na forma de respostas para as cinco perguntas mais recorrentes dos pacientes.

1) Todas as pessoas com HIV/Aids podem se exercitar?

Pode se exercitar aquela pessoa que apresentar condição física para o esforço decorrente do treinamento. Para conhecer essa condição, é necessária a realização de uma avaliação médica. Além disso, uma consulta pode minimizar os riscos (de lesão, por exemplo) e maximizar os benefícios (aumento de massa muscular e força, entre outros) da prática.

Pacientes instáveis clinicamente não devem aderir ou se manterem num programa de treinamento físico. Outro aspecto importante: a avaliação possibilita a comunicação entre os profissionais e, dessa forma, o conhecimento das potencialidades, limitações e necessidades de cada indivíduo que pretende iniciar um programa de treinamento físico.

2) O treinamento físico aumenta a imunidade e substitui a medicação antirretroviral?

Esta pergunta pode ser dividida em duas respostas.

a) Exercício e medicação antirretroviral

Continua após a publicidade

O aumento da imunidade é o resultado da diminuição sustentada da carga viral proporcionada pela terapia medicamentosa. Não existem evidências científicas que sustentem a afirmação de que o treinamento substitui esse tratamento. Saliento: a medicação antirretroviral (prescrita por médicos) é a única forma de diminuir a carga viral e, como consequência, aumentar a imunidade dos pacientes.

b) Treinamento e imunidade

Existem estudos clínicos muito bem conduzidos por pesquisadores brasileiros sobre esta temática, porém não é possível afirmar consensualmente, a partir de evidências científicas, que o treinamento aumenta a imunidade.

3) Então quais são os principais benefícios do treinamento?

O treinamento aeróbio (caminhada, por exemplo) aumenta a capacidade cardiorrespiratória, diminui o peso corporal e controla a fadiga. Já o de força (musculação) promove um aumento de massa muscular e força.

Além dos benefícios descritos acima, o treinamento físico pode atenuar os efeitos da síndrome metabólica, como redução dos triglicérides, aumento do HDL (bom cholesterol), melhora da resistência à insulina e do perfil lipídico. São pontos importantes para toda a população — e os indivíduos com HIV não são exceção.

Continua após a publicidade

4) Existe algum benefício em treinar apenas um dia por semana?

Não. O adequado é que a pessoa treine alternadamente de dois a três dias por semana. Exercitar-se apenas uma vez por semana não é treinamento —assim como com a medicação, ele precisa de continuidade para gerar adaptação e benefícios. Aquela pessoa que se exercita esporadicamente, além de não obter benefícios desejados, pode se expor a riscos, como lesões musculares.

5) A dor é sinônimo de progresso?

Não. Dor é sinônimo de alerta, que pode ser por exagero ou por algum movimento inadequado. É normal que, no período de adaptação, ou seja, nas primeiras semanas, surja uma pequena sensação de desconforto. Porém, ela não impede a continuidade do exercício e com o tempo deve desaparecer.

Finalizando, o treinamento físico colabora de forma consistente para o aumento da aptidão física relacionada à saúde das pessoas vivendo com HIV. Sem dúvida, ele deve ser encorajado pelos profissionais da saúde.

*Alexandre Ramos Lazzarotto é profissional de educação física, docente e pesquisador do Mestrado Profissional em Saúde e Desenvolvimento Humano da Universidade La Salle (RS).

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.