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Máscaras faciais: saiba no que elas podem (ou não) ajudar

Elas entraram na rotina de cuidados com a pele. Mas, para ver resultado, é preciso entender em que situações esses produtos funcionam e suas limitações

Por Maria Tereza Santos
Atualizado em 19 fev 2021, 11h09 - Publicado em 25 Maio 2019, 10h30

Se você navega bastante nas redes sociais, deve ter reparado quando os blogueiros e influenciadores digitais começaram a aparecer com cremes coloridos no rosto, como se estivessem em um luxuoso spa. Mas o tratamento era feito em casa mesmo — em um momento dedicado ao autocuidado e relaxamento. Não demorou para que as chamadas máscaras faciais invadissem farmácias e perfumarias e, claro, a rotina de beleza de muita gente.

As promessas dos produtos são das mais variadas: hidratar a pele, trazer frescor, evitar oleosidade, adiar o envelhecimento, remover cravos e espinhas, e por aí vai. Tudo por baixo preço e alta praticidade — de quebra, dá para fazer uma selfie e atualizar seu perfil.

Mas essa febre não carrega DNA brasileiro. “As máscaras são bem antigas e ganharam popularidade a partir de uma tendência lá na Coreia do Sul, onde a população usa muitos cosméticos”, contextualiza a cosmetóloga Vânia Leite, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e presidente da Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC). Elas começaram a desembarcar desse lado do mundo dentro da mala de turistas e, aos poucos, as marcas passaram a se estabelecer em todo o Ocidente.

De acordo com pesquisa do NPD, um grupo americano que faz estudos de mercado para identificar tendências de consumo, em 2014 o aumento das vendas de produtos desse tipo nos Estados Unidos chegou a 60% em relação ao ano anterior.

Não existem dados específicos sobre o Brasil, mas é fato que o investimento em cosméticos para a pele tem crescido entre a população. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), nosso país representa, hoje, o oitavo maior mercado mundial de itens voltados à cútis.

Antes de sair comprando e experimentando tudo quanto é máscara, porém, há pontos a considerar. Afinal, elas realmente cumprem aquilo que garantem na embalagem? A resposta é: depende. Ao longo da reportagem, você verá que há fórmulas capazes de ajudar em certos aspectos, sim — mas outras possuem ação limitada.

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No evento “Acne na mulher adulta: uma nova doença crônica”, recém-promovido pela farmacêutica Bayer na capital paulista, os dermatologistas presentes frisaram que, ainda que os produtos tenham espaço nos cuidados com a pele, não há estudos de peso para comprovar a eficácia deles — muito menos indicar possíveis riscos.

“Geralmente, as máscaras ajudam em questões mais básicas, como hidratação e limpeza. Não chegam a apresentar efeito terapêutico robusto”, avalia o dermatologista Adilson da Costa, orientador de pós-graduação no Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo.

A dermatologista Tatiana Gabbi, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), lembra que, para tratar manchas e condições como a rosácea, por exemplo, não dá para fugir da avaliação médica. Nesses casos, o profissional costuma receitar medicamentos manipulados, com substâncias e doses específicas para cada paciente. “As máscaras até dão alguma contribuição, mas não fazem milagre”, arremata a especialista.

Vânia acrescenta que a eficácia do produto depende da fórmula. Por isso, cai bem pedir a opinião de quem entende. Para a cosmetóloga Karina Elisa Machado, professora da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), em Santa Catarina, checar a marca também faz toda a diferença. “Quando você compra um cosmético, precisa analisar o fabricante e quanto ele investe em pesquisas”, opina.

Ainda segundo Karina, algumas linhas apresentam mais apelo comercial do que resultados em si. Outro motivo para bater um papo com o profissional.

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Máscaras faciais são úteis em questões de pele mais simples

Nutrição: Muitas delas conseguem repor componentes dos quais a pele necessita, como gorduras e vitaminas.

Oleosidade: Há substâncias que obstruem os poros temporariamente para, assim, reduzir a secreção de sebo — ou até absorvê-la.

Hidratação: Há máscaras com substâncias fundamentais para a manutenção da água na pele, como o ácido hialurônico.

Relaxamento: Ideais para usar após a limpeza de pele feita em clínica. Amenizam processos irritativos capazes de provocar coceira e queimação.

Problemas para os quais a ação das máscaras é limitada

Manchas: Clarear áreas da pele leva um bom tempo. Como a máscara age de forma bem pontual, não é a melhor saída.

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Rosácea: A doença deixa a pele rosada por uma causa vascular. As máscaras só complementariam o tratamento.

Acne: Por se tratar de uma inflamação causada pela ação de bactérias, remédios são a melhor forma de controlar.

Rugas: Ocorrem devido à degradação de fibras de colágeno e elastina. Para prevenir, é preciso apostar em ativos mais potentes.

Sem sustos no espelho

Mesmo que você não tenha a intenção de resolver problemas da pesada com as máscaras faciais, vale gastar um tempo lendo a embalagem. A primeira coisa para verificar é o tipo de pele para qual o produto é indicado. Se o objetivo dele é reduzir a oleosidade e sua cútis for seca, aí não há sentido na compra.

Caso seja alérgico a alguma substância, é crucial procurá-la entre os ingredientes. E, por favor, só aplique depois de deixar a pele limpinha. Além da higienização, se possível, uma esfoliação vai muito bem. “Ela tira o excesso de células mortas que inibem a absorção dos ativos presentes nas máscaras”, justifica a professora da Univali.

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Quanto às instruções de uso — como tempo de permanência do creme no rosto, forma de retirada e frequência de aplicação —, há variação de acordo com o tipo de máscara e a marca. “E essas orientações devem ser seguidas à risca, pois foram definidas com base em testes de segurança”, ressalta Costa.

Ainda assim, qualquer cosmético, seja máscara ou não, pode provocar reações indesejáveis. “Observe se a pele fica vermelha, pinicando, ardendo, inchada, quente e dolorida”, lista o dermatologista de São Paulo. Se algum desses sintomas der as caras, Tatiana recomenda tirar a máscara imediatamente e lavar o rosto com água e sabonete suave. “Se não melhorar, tem que ir ao dermatologista e levar a embalagem do produto para que o médico a analise”, diz a expert da SBD.

Já elegeu suas máscaras preferidas e elas são adequadas para seu perfil de pele? Então lembre-se de que não adianta recorrer a elas no fim de semana e derrapar nos cuidados mais essenciais do dia a dia. Ou seja: tem que remover a maquiagem, caprichar na hidratação e passar protetor solar.

Karina reforça que receber os conselhos de um profissional — esteticista, cosmetólogo ou dermatologista — facilita o caminho em direção a melhores resultados. Agora, tenha em mente que eles não aparecem de uma hora para outra. “Normalmente, quem busca as máscaras são pessoas que desejam uma pele mais saudável. Para isso, eu indico duas coisas: paciência e persistência. Porque tudo depende de uma rotina de cuidados”, conta Karina.

Mas, verdade seja dita, nesse itinerário da beleza nem tudo são produtos e princípios ativos. O estresse, sabe-se, está entre os inimigos da pele bonita. E aplicar uma máscara exige justamente que a gente tire um tempo para relaxar.

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Para uma experiência completa, tipo de spa, você só vai precisar de roupão e uma música tranquila. Com os devidos ajustes e cuidados, pode até compensar levar algumas modas da internet para a vida real.

E as máscaras caseiras?

Apesar de certos ingredientes apresentarem propriedades que, em tese, auxiliariam nos cuidados da pele, as máscaras feitas em casa não são indicadas pelos dermatos, já que cada pessoa pode reagir de uma maneira. “Não é que todas sejam ruins, mas não dá para saber se funcionarão para você”, resume a médica Tatiana Gabbi.

A cosmetóloga Vânia Leite lembra também que há possibilidade de os ingredientes não estarem adequados para uso ou de interagirem entre eles — e não de forma benéfica. “Como essas misturas não são industrializadas, as pessoas acham que não fazem mal. Mas as reações são muito particulares”, diz a professora Karina Machado.

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