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Escovas de dente ultramacias são mesmo a melhor opção?

Com cerdas delicadas, elas têm se popularizado (e muito!). Embora sejam úteis, não necessariamente são as mais indicadas para a sua dentição

Por Giovana Feix
Atualizado em 13 jun 2019, 16h06 - Publicado em 2 nov 2017, 16h01

As escovas de dente “ultramacias” divididem as opiniões de seus usuários quase tanto quanto a política nacional. Sim, há quem as ame de paixão – mas também quem ache que não limpam direito a boca.

O fato é: elas são cada vez mais comuns aqui no Brasil. No site da maior rede de farmácias do país, segundo o Instituto Brasileiro de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), as versões ultramacias são as mais procuradas. E isso mesmo com um preço salgado: no site em questão, chegam a custar mais que o dobro do que uma escova convencional.

Mas será que o investimento realmente vale a pena? E para todos os casos?

Prazer, escova dental ultramacia

A marca mais famosa desse ramo vem da Suíça: a Curaden, responsável pelas escovas de design simples e colorido chamadas de Curaprox. Você provavelmente já deve ter visto uma delas por aí. Outras marcas do ramo, aliás, têm se atentado a essa onda e lançado modelos semelhantes.

Em resumo, as escovas ultramacias são compostas por cerdas mais delicadas e numerosas do que as versões convencionais. Isso torna o contato com os dentes e a gengiva mais suaves – daí o nome.

Do ponto de visa da higiene bucal, tanto as versões macias quanto as ultramacias têm sido recomendadas por inúmeros especialistas – e isso não se dá em vão. Como parte da população força a barra (literalmente) na hora da escovação, a delicadeza das cerdas pode impedir que estruturas da boca da pessoa sejam danificadas no processo.

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Pois é: a escovação vigorosa demais pode causar até mesmo retração gengival, processo que expõe a raíz dos dentes e termina em hipersensibilidade. “Tanto a escova quanto o creme dental precisam promover certa abrasão para tirar manchas extrínsecas do tecido dental”, explica Sandra Kalil, cirurgiã-dentista do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp). “Mas isso deve acontecer dentro de um limite”.

Ou seja, as versões ultramacias seriam uma opção especialmente bacana para quem exagera na força ou já apresenta a tal retração gengival.

Cerdas ultramacias ou regulares, eis a questão

No site da Curaden, um dos modelos é apresentado como “mais eficiente que as escovas mais duras”. Acontece que, segundo estudo realizado este ano pelos Institutos de Ciências Dentais de Rungta e de Guntur e pela Faculdade Vyas de Odontologia, na Índia, não se descobriu até hoje um tipo comprovadamente mais eficaz que os demais.

As recomendações gerais na área da higiene oral têm tantas nuances que, também em 2017, um estudo publicado no British Dental Journal revelou ainda não existir um “jeito correto” de escovar os dentes. Se nem mesmo os especialistas na área conseguem entrar em consenso sobre isso, imagine na hora de escolher a escova!

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Mas qual o veredito final?

Feito na Faculdade de Odontologia de Seema, outro estudo indiano sugere que as cerdas um pouco mais duras, veja bem, têm seus benefícios. Isso porque elas removeriam um pouco mais de placa bacteriana, que provoca cáries e gengivites.

E mais: a Associação Odontológica Americana (ADA) dá selos especiais de aprovação a produtos que demonstram cientificamente sua segurança e eficácia. Nenhum item da marca Curaden, que também está presente nos Estados Unidos, figura na lista de “aprovados”. Isso não quer dizer que a Curaprox ou outras similares não sejam boas. Mas faltam levantamentos para cravar qualquer afirmação mais contundente sobre elas.

De acordo com aquele primeiro estudo indiano que mencionamos, a recomendação atual aos profissionais da odontologia é se familiarizar com diversos modelos. Só assim eles serão capazes de indicar o melhor para cada um de seus pacientes de acordo com certas particularidades.

A doutora Sandra concorda. “A opção ideal depende, por exemplo, do creme dental associado, da condição gengival, da quantidade de manchas extrínsecas no dente da pessoa”, esclarece. “E todos esses fatores devem ser avaliados na consulta”, conclui.

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