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Dor de dente: a verdade sobre o tratamento de canal

Conheça jeito mais certeiro de acabar com a dor de dente tratando o canal - e tudo o que você precisa saber sobre esse problema

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 8 ago 2019, 12h35 - Publicado em 1 ago 2013, 22h00
 O senso comum prega que o canal do dente é a morte do dente ou a ruína do nervo que mora ali. Mas “o termo se refere, na verdade, a um processo de inflamação e infecção na polpa dentro do dente e que, quando progride, pode levar à morte dessa estrutura e chegar até a raiz”, explica endodontista Giulio Gavini, de São Paulo.
“As duas principais causas de canal são a cárie e traumas nos dentes”, conta o endodontista Mario Zuolo, da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas. Ou seja, a corrosão gradual ou a destruição das suas camadas externas abrem a brecha para os micróbios tomarem a polpa, cheia de vasinhos e terminações nervosas.
“Por causa da inflamação, aumenta a pressão ali dentro, o que comprime o nervo e causa dor”, descreve José Freitas Siqueira Júnior, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro. Se o indivíduo demora para ir ao dentista – e não é à toa que até alguns prontos-socorros já dispõem de especialistas -, a contaminação leva à necrose, estágio em que a infecção avança dente abaixo e não raro gera abscessos. Daí os inchaços no rosto.

“Nos Estados Unidos, estima-se que cerca de 40 milhões de tratamentos de canal sejam feitos anualmente. Embora não tenhamos estatísticas precisas no Brasil, o número também deve ser expressivo por aqui”, acredita o endodontista Caio Ferraz. “Um trabalho recente na Região Norte do país mostra que uma em cada cinco pessoas já se submeteu ao procedimento”, completa.

Novidades no tratamento de canal

Quando alguém chega ao dentista com o canal em crise, o tratamento se divide basicamente em abrir o dente e aliviar a dor infernal, desalojar as bactérias invasoras dali e, por fim, remendar sua área interna.

Em um estudo da Universidade Estácio de Sá, conduzido com 80 pessoas, os especialistas buscavam identificar técnicas e medicamentos mais eficazes para que o tratamento ocorresse numa boa e não cobrasse complicações mais tarde. “Descobrimos que, após remover a polpa doente, quanto mais largos forem os espaços para introduzir depois o material de obturação, maior a chance de eliminar as bactérias”, relata Siqueira.

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Ele e seus colegas também notaram que é melhor tratar o canal em duas sessões quando a infecção toma conta da polpa – na primeira faz-se a faxina extraindo a área contaminada e, uma semana depois, instala-se a obturação definitiva -, embora existam casos em que uma única ida ao dentista seja suficiente. E ainda identificaram a substância antimicrobiana e o material de vedação mais duros na queda.

Dados como esses ajudam a nortear as operações e minimizar falhas que culminam na reincidência do problema. “Muita gente ainda teme que o tratamento de canal siga a regra dos três Ds: demorado, difícil e dolorido, o que é um engano”, garante Zuolo. “Hoje, com um profissional capacitado, em pouco mais de uma hora tratamos o dente”, pontua Siqueira.

Ter esse cenário mais tranquilizador em mente é importante para que ninguém negligencie a invasão da polpa dentária. “O canal não tratado pode virar um foco de infecção capaz de causar abscessos até nas regiões das vias aéreas. E ainda há a possibilidade de as bactérias ganharem a corrente sanguínea e afetarem órgãos como o coração”, alerta Ferraz.

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Prevenção

Toda informação é útil para deixar as técnicas odontológicas mais apuradas. O que, no caso da endodontia, significa salvar, sempre que possível, o arcabouço dentário – é claro que, às vezes, o dano é tão grande que pede a implantação de uma coroa. “Nosso objetivo é prevenir a extração do dente, e hoje, felizmente, as taxas de sucesso no tratamento de canal chegam a 95%”, diz Gavini.

Quem não deseja enfrentar a dor violenta do canal nem ter de apelar ao dentista para apagar o incêndio e reformar o dente precisa aderir às regras básicas da higiene bucal: escovar e passar o fio depois das refeições e visitar o consultório odontológico pelo menos uma vez por ano. Afinal, apesar de tantos avanços, prevenir ainda é melhor que consertar.

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Canal em dente de leite?

Pois é, o problema também pode afetar crianças pequenas e merece ser tratado. Por isso, os pais devem procurar um odontopediatra se o filho reclamar de dores na cavidade bucal, o que nem sempre é fácil de identificar. “Além de poder levar à perda do dente de leite, a infecção ali é capaz de comprometer a formação do dente permanente que está por vir”, alerta o dentista Caio Ferraz.

Viagem às profundezas do dente

O nome “canal” faz referência ao canal radicular, estrutura a partir da qual se estende a polpa, a parte viva do dente. Em função das camadas superiores (a dentina e o esmalte), essa área se mantém isolada. O problema acontece quando, devido à degradação desse escudo natural, bactérias atingem a polpa. É isso que cobra o tratamento de canal.

O que é o problema de canal

1. Abriu-se a brecha

A cárie destrói aos poucos o esmalte e a dentina, as camadas externas do dente, permitindo que bactérias da boca invadam a polpa dentária, local repleto de vasos sanguíneos e terminações nervosas. Isso pode acontecer também com um trauma que quebra o dente.

2. Invasões bárbaras

Os micro-organismos desatam na polpa um processo inflamatório, que faz a pressão lá dentro aumentar a ponto de oprimir as terminações nervosas – eis a dor. Se nada é feito, a infecção evolui e leva à morte da polpa. Sitiando os meandros do dente, as bactérias ainda podem chegar à raiz.

Como funciona o tratamento

1. Bactérias caiam fora!

No tratamento, que pode ocorrer em duas ou mais sessões, o dentista usa equipamentos específicos para abrir o dente e fazer uma limpeza ali dentro, extraindo a polpa comprometida. Em seguida, aplica uma substância para matar de vez as bactérias.

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2. A hora do restauro

Em um segundo momento, o especialista usa um material de obturação para rechear o espaço ocupado pela polpa, mantendo, assim, a carapaça do dente. Se a estrutura toda estiver muito danificada, é preciso instalar uma coroa para fazer as vezes do dente.

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