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Corte o sal e evite o câncer

Experts alertam que exagerar nas pitadas (e nos produtos industrializados) aumenta o risco da doença no estômago

Por Michel Alecrim (colaborador)
Atualizado em 26 jun 2017, 10h07 - Publicado em 12 jun 2015, 07h31

Esta é a última acusação contra o abuso do sal: ele também faz parte da quadrilha por trás dos tumores gástricos. O aviso vem da União Europeia de Gastroentetologia (UEG) e se baseia em estudos que relacionam seu consumo a uma maior atuação da bactéria Heliobacter pylori, já condenada pela ciência como causadora de úlceras no estômago capazes de evoluir para um câncer. Ultrapassar entre 5 e 6 gramas por dia, segundo os especialistas, já ampliaria a probabilidade de estragos acontecerem – e lembre-se de que é fácil alcançar esse limite se você exagerar no tempero e em alimentos industrializados carregados de sódio, como macarrões instantâneos, embutidos e congelados.

Em entrevista à SAÚDE, o médico John Atherton, secretário-geral da UEG, explica que o excesso de sal parece deixar a parede do estômago mais vulnerável à H. pylori. “Sabemos ainda que o ingrediente interfere na proliferação da bactéria e aumenta seu potencial de provocar danos”, conta. É como se esse micro-organismo ganhasse forças e brechas para atacar o órgão. Não por acaso, ele está relacionado a três quartos dos casos de câncer gástrico.

Consumimos mais que o dobro do indicado

O alarde europeu merece ser ouvido pelos brasileiros. Primeiro porque nossa população carrega no sal – ingerimos, em média, 12 gramas por dia, mais que o dobro da recomendação. Segundo porque, pelos cálculos do Instituto Nacional do Câncer (Inca), os tumores de estômago fazem cerca de 20 mil novas vítimas por ano no país – é o quarto câncer mais comum entre os homens. O nutricionista Fábio Gomes, do Inca, ainda chama atenção para a dificuldade de medirmos no dia a dia quanto de sódio vai parar dentro do corpo. Até guloseimas, refrigerantes diet e produtos light como blanquet de peru contam com taxas significativas do ingrediente.

Se você ainda não se convenceu do elo entre paladar salgado e as tristes retaliações lá no estômago, basta virar os olhos para o outro lado do globo. “O alto índice de câncer gástrico entre os japoneses é associado ao consumo rotineiro de molho à base de soja”, aponta Gomes. Ora, esse molho, comum no rodízio de sushis e sashimis, é um autêntico poço de sódio.

Diagnóstico tardio

Evidentemente, algumas pessoas estão mais propensas do que outras a sofrer com a enfermidade – e, para elas, seria urgente a necessidade de podar o sal. A oncologista Fernanda Caparelli, do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, esclarece que os tumores gástricos têm origem multifatorial. Ou seja: genética, presença da bactéria H. pylori, histórico de gastrite e úlcera, abuso de álcool, cigarro, estresse, dieta desiquilibrada e sedentarismo também contribuem para o seu aparecimento. E, agora, o sal.

E não dá pra vacilar mesmo. O mal tem uma alta taxa de letalidade, consequência do diagnóstico muitas vezes tardio. Por isso, dores constantes na boca do estômago, perda de peso sem explicação aparente e sensação de empachamento após quase toda refeição devem ser encarados com atenção. Nessas circunstâncias, o gastroenterologista indica uma endoscopia para detectar eventuais lesões precocemente – se a bactéria H. pylori for identificada, antibióticos são receitados. Agora, independentemente de sentir ou não mal-estar nas bandas do estômago, uma lição você já leva para casa sem precisar de receita médica: melhor maneirar no sal, não?

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