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23% das vítimas de estupro sofrem estresse pós-traumático

Crime pode trazer sérias consequências para a saúde das vítimas

Por Karolina Bergamo
Atualizado em 23 ago 2019, 18h11 - Publicado em 30 Maio 2016, 15h59

A cada 11 minutos uma pessoa é estuprada no Brasil segundo dados do 9° Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Entre os casos registrados, 88,5% têm mulheres como vítimas. Acontece que esse relatório leva em conta apenas os casos registrados em boletins de ocorrência – e a estimativa é de que a denúncia ocorra em apenas 30% dos crimes. Então, na verdade, calcula-se que aconteça um estupro por minuto. É muita, muita coisa.

As consequências à saúde das vítimas são inúmeras e atingem os aspectos físico, psicológico e econômico. De acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, em 23,3% das vezes as vítimas desenvolvem estresse pós-traumático, condição marcada pelo nervosismo exagerado depois de uma experiência negativa.

Além de transtornos como depressão, fobia e ansiedade, a vítima se torna mais suscetível a abusar de drogas e tentar o suicídio. Sem falar que, no momento do crime, podem ocorrer danos físicos, como lesões (genitais ou decorrentes de força física, como fraturas). O relatório do Sinan ainda mostra que 7,1% dos registros de estupro culminam em gravidez indesejada. Já o risco de a vítima contrair uma doença sexualmente transmissível (DST) é de 16 a 58%.

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Machismo
Divulgada pelo Instituto Avon e pelo Data Popular em 2014, a pesquisa “Violência contra as mulheres: os jovens estão ligados?” traz dados sobre a opinião dos homens sobre o problema. A principal constatação foi de que, apesar de 96% dos entrevistados reconhecerem que existe machismo no Brasil, a maioria ainda aprova valores conservadores e que desrespeitam a integridade das mulheres. Segundo a investigação, 38% dos homens acreditam que a mulher que tem relações sexuais com muitos homens não serve para namorar e 25% afirmam que se uma moça usa decote e saia curta, está se oferecendo para eles.

Os dados ainda indicam que 79% das jovens brasileiras já foram assediadas, receberam cantadas ofensivas, violentas e desrespeitosas ou foram abordadas de maneira agressiva em festas ou locais públicos. Além disso, 44% das entrevistadas já foram assediadas ou tiveram o corpo tocado por um homem sem consentimento em festas. Mais: 30% alegaram já terem sido beijadas à força. Para o diretor-executivo do Instituto Avon, Lírio Cipriani, a mudança de percepção é fundamental para alterar o cenário da violência contra a mulher no país. “É alarmante saber que grande parte das brasileiras já foi ou será, de alguma forma, assediada ou desrespeitada”, diz.

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