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O jeito que você embala a comida afeta sua saúde

Câncer, Alzheimer, pressão alta… o modo como você guarda, cozinha e armazena seus alimentos pode aumentar o risco de várias doenças. Saiba o que fazer

Por Ana Luísa Moraes
Atualizado em 16 fev 2018, 12h40 - Publicado em 16 fev 2017, 14h15

Tudo que entra em contato com as refeições acaba acessando o organismo — e não é à toa que tantas pessoas se preocupam com agrotóxicos e higiene. Por isso também é tão importante discutir onde os alimentos são preparados e armazenados. A seguir, apontamos os perigos de embalagens e recipientes frequentemente usados no dia a dia… E, na sequência, algumas soluções para manter sua cozinha saudável:

Alumínio (em papel e em panelas)

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a dose semanal admissível do componente seria de 1 miligrama por quilo da pessoa — para alguém com 70 quilos, equivaleria a 70 miligramas. Entre os problemas do excesso desse metal está a anemia ferropriva, a deficiência nutricional mais comum no mundo. “O alumínio compete com a absorção de ferro, já que ambos são transportados pela mesma proteína.”, esclarece Késia Quintaes, doutora em alimentos e nutrição pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior paulista, e autora do livro “Tudo Sobre Panelas” (Ed. Atlântica, 2010).

Essa molécula também teria um vínculo estreito com o Alzheimer. Essa conexão é estudada há décadas, com achados pouco definitivos — porém suspeitos. Uma investigação realizada pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto, analisou diversos artigos científicos sobre o tema. O resultado aponta que 68% das pesquisas estabeleceram uma relação entre a intoxicação pelo metal e a demência, enquanto 23,5% não apresentaram avaliações conclusivas e 8,5% não indicaram qualquer associação.

A coisa fica mais complicada porque um estudo de 2012 demonstra que um simples assado no forno feito com papel-alumínio pode extrapolar a taxa de absorção do metal recomendada pela OMS. Para carnes vermelhas e brancas, o calor aumenta a concentração do alumínio no alimento entre 89 e 378%. Para piorar, os especialistas descobriram que usar temperos ácidos ou apimentados no preparo dobra esses números. Nada bom.

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Potes plásticos

As substâncias que merecem atenção nesses apetrechos são os ftalatos e o bisfenol A (BPA). O último foi até proibido no Brasil em 2012, porém só em mamadeiras e em outros utensílios para lactantes. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a decisão se baseou em estudos que, apesar de não conclusivos, sugerem que o BPA pode causar câncer e problemas hormonais e cardíacos. Além disso, crianças de até 12 meses não conseguem eliminar o bisfenol com eficiência.

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Já os ftalatos, empregados para deixar o plástico maleável, foram relacionados a nascimentos prematuros em um estudo realizado pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Os cientistas encontraram um elo entre o nascimento precoce e uma grande quantidade do composto químico na urina das grávidas.

Outro prejuízo para os mais novos: uma análise da Universidade do Cairo, no Egito, acusou que as crianças expostas a maiores níveis de ftalatos tinham pressão mais alta do que as com baixa exposição. Assim como o BPA, ele é um desregulador endócrino e está associado ao câncer, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Leia também: Os segredos de uma marmita saudável

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Panelas antiaderentes

Apesar de práticos, esses utensílios liberam componentes que podem ser perigosos para a saúde. “Podem” porque ainda não ficou claro os reais efeitos que têm no corpo.

“O ácido perfluorooctanóico (PFOA, um dos compostos tóxicos liberados pelo antiaderente) é classificado pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer como um possível agente carcinogênico para humanos”, diz Luciana Maya, nutricionista do Inca.

Outras potenciais consequências vêm sendo estudadas, como intoxicação no fígado e no sistema imunológico. Mas as principais pesquisas até o momento foram realizadas em roedores, o que dificulta uma conclusão mais certeira.

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Mas isso não é tudo: “Essas substâncias apresentam alta mobilidade no meio ambiente. Assim, podem contaminar a água e causar danos à camada de ozônio”, explica Késia.

Então, qual o jeito mais seguro de cozinhar e embalar os alimentos?

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Começando pelas panelas, uma boa alternativa é a de ferro: “É interessante cozinhar os alimentos nelas, porque liberam um ferro benéfico para o nosso organismo”, explica a farmacêutica Tatiane Guerreiro, da Unicamp.

Outra opção é a de inox, mas Tatiane ressalta que vale ficar atento à composição da liga metálica. Se tiver níquel, caia fora: ele é tóxico. As de vidro, apesar de menos práticas, também são seguras nesse quesito.

Sobre o armazenamento, Luciana orienta: “O melhor é acondicionar o alimento  em potes de vidro, cerâmica ou porcelana. O importante é aquecê-los fora de embalagens plásticas. Se não houver a possibilidade de deixar a comida em um recipiente seguro, pode-se esperar até que a preparação esfrie para então colocá-la nos potes.” O filme plástico também entra aí: “Ele não pode ser aquecido com a refeição e deve-se esperar o resfriamento para utilizá-lo”, finaliza.

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