Assine VEJA SAÚDE por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Conheça os alimentos ameaçados de extinção

São itens que pertencem à cultura de comunidades espalhadas pelo país e cujo desaparecimento representaria uma baixa em nossa tão aclamada biodiversidade

Por Thaís Manarini
Atualizado em 15 mar 2019, 10h44 - Publicado em 19 abr 2017, 10h30

Apostar em um cardápio variado é desses mantras da nutrição. Mas, para o movimento Slow Food, nascido na Itália em 1986, por mais que você se esforce para segui-lo, a batalha é inglória. Para ter ideia, estima-se que 60% da dieta ao redor do globo se baseia em três cereais: milho, trigo e arroz. Como se não bastasse, no Brasil priorizamos somente um tipo de arroz, o agulhinha. No campo das frutas, já notou também que mamão, pera, banana e maçã reinam em feiras e supermercados? E nem sequer temos acesso a muitas opções de cada uma. No caso da banana, em geral são as variedades prata e nanica que chegam ao consumidor. Quem quiser provar a figo ou caru roxa — sim, seguimos falando de bananas — vai ter que gastar a sola do sapato.

Para mostrar a discrepância entre aquilo que as pessoas acham que tem de sobra e o que de fato está disponível para comer, o Slow Food criou um catálogo denominado Arca do Gosto. Nele, estão registrados alimentos em risco de extinção no mundo inteiro. Por aqui são cerca de 130 ingredientes. De acordo com o ecólogo Jerônimo Villas-Bôas, sócio e ativista do movimento, em Ribeirão Preto, no interior paulista, a palavra “extinção” é mais ampla do que parece. “Não falamos só do desaparecimento biológico, mas do abandono da tradição de consumo”, explica. Ele cita a jabuticaba, integrante da lista. “De que adianta ela estar viva, se não é utilizada?”, questiona. Pode fazer o teste: na mesma proporção em que é fácil encontrar uma geleia de frutas vermelhas, você sofre para provar uma de jabuticaba.

Não é só o paladar que sai no prejuízo quando comemos sempre a mesma coisa. “A monocultura empobrece o solo, além de exigir muita água e o uso de pesticidas”, alerta o biólogo Cesar Koppe Grisolia, professor do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília (UnB). Nos últimos anos, uma série de problemas de saúde foi associada à contaminação por agrotóxicos – de câncer a Parkinson.

O movimento defende ainda o chamado alimento justo. Significa que o produtor deve ter condições de investir em sua atividade. Por exemplo: se um queijo é feito com leite cru, como o da Serra da Canastra, e de repente uma norma vem exigir que a bebida seja pasteurizada, toda uma nova estrutura passa a ser necessária. “Só que muitas vezes o indivíduo não pode bancar os custos”, diz Villas-Bôas. Dessa forma, uma tradição passada de geração em geração é interrompida. “E essa família perde a chance de viver no campo com dignidade”, conclui o ecólogo.

Continua após a publicidade

Ter mais atenção em relação às escolhas à mesa, buscar contato direto com produtores em feiras e reduzir o consumo de produtos industrializados são medidas que estão ao nosso alcance para ajudar a mudar essa realidade. A seguir, veja alguns alimentos famosos que figuram na Arca e entenda por que devemos protegê-los.

 

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.