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Alimentos podem atrapalhar a ação de remédios bastante usados

Entenda a relação das suas refeições com a absorção e a ação de medicamentos famosos – paracetamol e ibuprofeno estão entre eles

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 21 out 2020, 12h27 - Publicado em 3 jul 2019, 16h00

O que você come e até o horário das refeições podem influenciar na eficácia e a na segurança de um tratamento. Embora o assunto nem sempre esteja esclarecido nas bulas, ele merece atenção. No geral, a interferência ocorre na absorção do remédio ou na potencialização de seu efeito.

Engolir um comprimido de barriga cheia, por exemplo, muitas vezes não é recomendado. “Em linhas gerais, eu indico que o medicamento seja ingerido com o estômago vazio, porque a presença de alimentos atrasa a absorção do composto”, comenta Moacyr Aizenstein, farmacêutico do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP). Tomar uma hora antes ou duas horas depois da refeição seria um intervalo suficiente.

Mas atenção: isso não vale para todos os casos. Segundo Aizenstein, que escreveu o livro [amazon_textlink asin=’8535266194′ text=’Fundamentos para o Uso Racional de Medicamentos’ template=’ProductLink’ store=’v0858-20′ marketplace=’BR’ link_id=’f7e07bfa-c49c-47cc-8ff8-ba4a21126fc9′], os anti-inflamatórios, a metformina (usada contra o diabetes) e algumas outras medicações precisam ser administradas logo após a refeição. Do contrário, elas vão agredir o estômago.

Portanto, o mais sensato a fazer é questionar o médico sobre o assunto logo após a prescrição.

Quais alimentos podem prejudicar a absorção dos remédios

Há situações que merecem cuidado redobrado. Exemplo: a pectina, fibra encontrada na maçã, ameixa, goiaba e mexerica, pode atrasar a absorção de fármacos à base de paracetamol, como o Tylenol. Essa substância, cabe lembrar, também está presente em certos produtos industrializados – ela é usada como um espessante.

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Já as fibras insolúveis do feijão e da lentilha eventualmente sabotam tratamentos à base de digoxina, receitado contra a insuficiência cardíaca.

Por sua vez, o cálcio (mineral abundante no leite e em seus derivados), interfere na ação do antibiótico tetraciclina, prescrito no combate a acne, otite e infecção urinária, entre outras encrencas. Esse nutriente reage com a medicação, que praticamente não é aproveitada.

E quais às vezes pioram os efeitos colaterais

Aqui o caso é mais grave. “Algumas substâncias potencializam o princípio ativo, o que pode disparar uma intoxicação”, reforça Aizenstein. É o caso da interação entre largas doses de xantina – que está no café, chá e chocolate – e o princípio ativo teofilina, que trata a asma.

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A tiramina, molécula encontrada em bebidas e comidas fermentadas como vinho e queijos, além de carnes embutidas defumadas, também pede precaução. Ela chega a desencadear crises graves de hipertensão em indivíduos que tomam antidepressivos da classe inibidora da enzima monoaminoxidades (os IMAO).

Aliás, falando em vinho, o álcool interage de maneiras únicas com vários remédios.

Outro ponto de alerta é a possibilidade de a comida contrapor a ação do composto. “Brócolis, espinafre e couve devem ser consumidos com moderação por pessoas que usam anticoagulantes. Esses vegetais são ricos em vitamina K, que atua na coagulação do sangue”, aponta Aizenstein.

Moral da história

Existem milhares de remédios, cada um com suas especificidades. Em nome da sua segurança e da eficácia do tratamento, vale checar o assunto com o médico na próxima vez que ele assinar uma receita.

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