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9 táticas para não cair em armadilhas no supermercado

Explorar os corredores expõe você a várias tentações. Aprenda a driblar as táticas dos mercados e das marcas para não encher o carrinho de tranqueiras

Por Thaís Manarini
Atualizado em 24 out 2017, 09h43 - Publicado em 8 abr 2016, 13h52

Quantas vezes você já saiu do supermercado levando mais coisas do que planejava? Pois saiba que esse ambiente – e os produtos à mostra ali – é planejado em detalhes para estimular esse tipo de comportamento. Não por menos, toda grande rede tem profissionais de marketing em sua equipe.

Falando desse jeito, até parece algo maquiavélico, certo? Mas não é bem por aí. “São usados artifícios, sim. Só que eles não são enganosos”, pondera Ana Maria Ramaglia, professora do curso de comunicação da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo. A verdade é que esses experts conhecem o consumidor em sua essência e, por isso, conseguem antecipar seus pensamentos e desejos.

Por exemplo: ao chegar às compras, já reparou que os carrinhos estão mais visíveis do que as cestas? “Como eles são maiores, a tendência é que a gente sinta a necessidade de colocar mais produtos dentro”, explica Eduardo Chaves de Souza, professor de marketing da Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Apesar de não ser enganação – a cestinha está lá, basta procurar -, essas estratégias podem representar um perigo não só para o orçamento como para a alimentação. Então, para conseguir resistir, que tal conhecer as principais delas? “No final das contas, a decisão da compra é sempre do cliente”, lembra Ana Maria.

1. Não se perca no labirinto das compras

Antigamente, os mercados tinham apenas corredores paralelos e transversais. “Então, as pessoas memorizavam o trajeto e só iam às partes que interessavam”, conta Heloisa Omine, professora de comunicação no ponto de venda da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), na capital paulista. Hoje, a história é outra. De acordo com a especialista, as lojas são planejadas em formato de trilhas, com várias quebras. Por isso é tão comum dar de cara com uma minifeira ao tentar atravessar um corredor, por exemplo. “Aí você esquece onde estava antes”, comenta Heloisa. Essa desbaratinada tem um objetivo: expor os consumidores a produtos que ele nem estava cogitando comprar. E se a intenção é só levar um pãozinho quente para casa? Parece mais fácil permanecer focado, mas não é. Normalmente, a padaria fica no fundo da loja. É outra maneira de tentar nos seduzir pelo meio do caminho.

Leia também: O caçador de mitos do emagrecimento

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2. Resista ao cheirinho bom das comidas

Divulgação Divulgação

De longe dá pra sentir aquele aroma de casa de mãe que a padaria tem. Quando menos esperamos, já fomos fisgados pelo pãozinho recém-saído do forno — e a manteiga, gordurosa que só, já começa a se desenhar na nossa cabeça. Mas não é apenas o cheiro que influencia as compras: até a música faz diferença. Lá no final do dia, quando os clientes estão cansados, o som tende a ser tranquilo para amenizar o estresse. “Com isso, gasta-se tempo extra no mercado”, observa Heloisa. E, de novo, quanto mais você zanza por lá, maior a chance de rechear o carrinho. Só que o cansaço é traiçoeiro, porque induz a busca por comidas rápidas (e pouco saudáveis).

3. Olhe para as prateleiras de cima — e de baixo

Nenhuma área é mais nobre do que o meio da prateleira — tanto é que há empresas que pagam para ter suas marcas expostas ali. “É como em um estádio de futebol. Para ver o jogo dos melhores lugares, tem que desembolsar”, brinca Souza. Não é mero capricho. “O que fica na direção dos olhos acaba sendo mais comprado”, justifica a nutricionista clínica Mônica Beyruti, de São Paulo. Normalmente, as marcas que têm condições de bancar esse upgrade são justamente as líderes da categoria. Só que seus produtos nem sempre se destacam do ponto de vista nutritivo. “O ideal é que as pessoas prestem atenção nas demais prateleiras em busca de outras opções”, recomenda Mônica. Aí é comparar e escolher.

4. Fique atento à proximidade entre os produtos

Quando estiver atrás de uma cervejinha no corredor dedicado às bebidas — afinal, não é necessário se privar de nada —, não se surpreenda caso encontre pacotes de amendoins. Conhecida como cross merchandising, essa técnica de associar produtos que de certa maneira combinam faz um sucesso tremendo nos supermercados. E não dá pra negar que ela facilita bastante a vida (e a memória) do consumidor. Mas, pelo bem do organismo, é importante fazer ponderações. Ora, é ótimo achar a aveia perto da banana ou o molho ao lado do macarrão. Agora, será que aquela cobertura de chocolate cheia de açúcar que está próxima ao sorvete não é dispensável? Às vezes, ela só parece uma boa pedida porque está ali, na sua cara.

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5. Tamanho família

Bateu vontade de comer um salgadinho? Nada de se martirizar. “Consumidos com moderação, esses alimentos não atrapalham a saúde”, tranquiliza a nutricionista Sophie Deram, autora do livro O Peso das Dietas (Editora Sensus). Acontece que muitas dessas tentações estão em embalagens enormes. Pelo preço, até parecem mesmo um bom negócio. Pelo bem da cintura, porém, é melhor não cair nessa. Estudos constatam que ter acesso ao pacote gigante faz a gente comer mais (e de forma automática). “Para evitar isso, é preferível comprar três saquinhos menores a um grande”, diz Sophie.

6. Leve três, pague dois

Promoções são ótimas, não nos entenda mal. Mas, assim como os produtos gigantescos, devem ser vistas com cautela. “Será que precisamos mesmo de três unidades, ainda que se ganhe desconto em uma delas?”, questiona Souza. Se não resistir, é indicado checar o prazo de validade de todos os itens. De acordo com a nutricionista Mariana Del Bosco, de São Paulo, promoções na ala infantil merecem ainda mais zelo – sobretudo se envolverem brindes. “A criança não tem o mesmo discernimento do adulto”, ressalta.

7. Zero, light e afins

Dilvulgação Dilvulgação

Não leva glúten ou lactose? Nem por isso é melhor. “Um leite pode ser zero lactose e integral”, aponta a nutricionista Renata Bressan, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Isso significa que ele é rico em gordura saturada, um problema se for ingerido em excesso. Cuidado também com certas alegações, como “menos gordura”. Isso porque o produto pode ser abastecido de outra coisa, tal qual sódio. Mariana avisa: “Tem que olhar o rótulo sempre”.

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8. Imagens sedutoras

E quando a embalagem do suco ostenta uma laranja linda e cheia de gominhos? Tão gostoso. Mas… Será que é suco mesmo? Nunca deixe de conferir, já que a imagem nem sempre reflete a realidade. Nesse caso, o risco é levar para casa o néctar, o primo que esbanja açúcar e conservantes – e pouca fruta. Para produtos que gerem mais dúvidas (como o pão dito integral com fotos de plantações de grãos), a dica é verificar a lista de ingredientes. “O item integral deve aparecer primeiro”, ensina Mônica.

9. Enfim, o caixa

Ufa, as compras acabaram! Agora é só ir para a fila do caixa. A questão é que se você baixar a guarda pode acabar devorando chocolates e balas que dão sopa ali. “Ninguém gosta de esperar. Então, nessa hora, a gente se permite certas indulgências”, analisa Heloisa, da ESPM. Não é que comer bombom seja um crime. Só que, na fila, ele provavelmente será devorado sem atenção alguma. Vale refletir: não é melhor se entregar às guloseimas quando puder, de fato, apreciá-las com prazer?

É melhor fazer as compras online?   
Na verdade, há prós e contras. Confira

  • Vantagens
    Na internet, você não fica frente a frente com diversos produtos. Em geral, seleciona direto as categorias que deseja ver. “Por isso, consegue permanecer centrado nas suas necessidades reais”, raciocina Mônica. Também não tem cheiro tentador, música, fila com guloseimas…
  • Desvantagens
    “É mais difícil comparar os rótulos”, diz Ana Maria, da Anhembi Morumbi. E isso é crucial para garantir a melhor escolha. Mais: ao adquirir certos alimentos, como uma manga ou um tomate, é impossível dar aquela verificadinha. “Você perde esses rituais de compra”, resume a expert.

Prepare-se antes de ir ao supermercado     

Dá para reduzir a probabilidade de comprar por impulso

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Faça uma lista
Se há foco, sobra menos espaço para itens supérfluos encontrados pelo caminho. Fora que cai o risco de esquecer o essencial.

Bata um papo com o seu filho
A criança é mais seduzida pelo marketing. Mas é legal que vá ao mercado. Conversem sobre alimentação e limites para não rolar estresse.

Não vá com fome
Quem passeia pelos corredores de barriga vazia tende a ir atrás de alimentos mais calóricos, isto é, lotados de gordura e açúcar.

Programe-se
O cansaço nos faz optar por comida pronta (e, muitas vezes, desequilibrada). Então, vá ao mercado bem disposto. Que tal no final de semana?

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Olho na despensa
Não foque só no que falta, mas também naquilo que já tem em casa. Caso contrário, você pode acabar comprando (e comendo) muito mais.

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